Uma plenária com lideranças antiproibicionistas da Bahia debateu políticas sobre drogas a partir de três eixos considerados fundamentais: segurança pública, acesso à justiça, e redução de danos. O encontro aconteceu no Rio Vermelho, na última quarta-feira (1º), e foi puxada pelo mandato do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que defendeu as ações que fortaleçam a Rede de Atenção Psicossocial (Raps). “Precisamos criar mais políticas de redução de danos para o acolhimento de pessoas que fazem uso de drogas de forma abusiva e a defesa intransigente de boas práticas no campo da política pública de redução de danos como é o programa baiano ‘Corra para o Abraço’”, salienta Valmir.

Para o coordenador da Iniciativa Negra por uma Nova Política Drogas, Eduardo Ribeiro, existe a necessidade de uma posição pela proteção da vida da juventude negra, que tem sido massacrada por uma ideia de guerra às drogas. “Na verdade, essa guerra tem produzido ‘hiperencarceramento’ no Brasil, alta taxa de letalidade e inúmeras outras violações de direitos, como por exemplo, sequestros de crianças de mães usuárias de drogas em situação de rua. Uma grave violação dos direitos humanos e repercutida no conjunto da sociedade a partir de uma política do medo. Isso faz com o que tenhamos cada vez mais investimentos em segurança privada e sem ter condições de proteger os territórios que são mais vulneráveis”, informa o coordenador.

Durante o encontro no Rio Vermelho, membros de diferentes frentes ampliaram os debates envolvendo os três eixos tratados. Participaram da plenária, a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), representada por Luana Malheiro e Sheila Maloca, além de membros da juventude do Coletivo Quilombo, representações de universidades da Bahia, e membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – que também atuam para fortalecer as políticas de redução de danos, de atenção psicossocial e de proteção da vida da juventude negra.

Vitor Fernandes