Na noite desta quarta-feira (24), Márcio Matos Oliveira, 33 anos, foi assassinado no assentamento em que morava, na Bahia. O homicídio aconteceu na cidade de Iramaia, região da Chapada Diamantina.

Segundo a Polícia Civil, Márcio teria sido morto em frente a um dos filhos, uma criança de 6 anos, como aponta texto da Forum.

Ainda não há mais detalhes sobre o crime, como autoria e motivação, porém a polícia já descartou a ideia de latrocínio, roubo seguido de morte, pois nada foi roubado da casa do militante.

Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lamentou o ocorrido. O MST também exigiu que investigações fossem realizadas o mais breve possível.

Pouco antes do assassinato, a página de Márcio ainda divulgava textos e mensagens de apoio ao ex-presidente Lula, que foi condenado na quarta-feira em segunda instância pelo TRF-4, em Porto Alegre.

O governador do estado da Bahia, Rui Costa, lamentou o fato e disse ter determinado investigações rigorosas a respeito.

Dirigentes do movimento sofrem atentados contra a vida com frequência. Em maio de 2017, 10 militantes do MST também foram assassinados na região de Pau D’Arco, na fazendo Santa Lúcia, no Pará. A chacina foi considerada a maior desde Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 militantes do MST foram mortos pela polícia.

Ainda em 2017, outro militante foi assassinado dentro de um hospital na cidade de Parauapebas, também no Pará. Na ocasião, homens armados entraram no hospital e mataram Waldomiro Costa Pereira. Waldomiro era um dos sobreviventes de Eldorado dos Carajás. No mesmo ano, em abril, Silvino Nunes Gouveia foi morto na porta de casa com 10 tiros.

O MST registrou diversas outras tentativas de assassinato contra pessoas ligadas ao movimento em 2017.

Dados preliminares da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que o Brasil é o país mais violento do mundo para com as populações camponesas. Conflitos no campo geraram 65 mortos apenas em 2017. Os dados da comissão integrarão um relatório completo ainda este ano. O CPT afirmou que o ano foi o da volta de massacres no campo, apontando crescimento de assassinatos em massa de militantes como método para acabar com grupos que defendem direitos de camponeses.Além de citarem o massacre de Pau D’Arco, apontam também o de Colniza, no Mato Grosso, quando em abril, 9 posseiros e agricultores foram executados, e o de Vilhena, em Rondônia, em que 3 militantes da reforma agrária foram mortos.

Em 2016 o CPT registrou o maior número de assassinatos desde 2003, o que aumentou em 2017. Em entrevistas ao Jornal do Brasil, um integrantes da coordenação da comissão chegou a afirmar que a crise política brasileira contribui para o cenário