Por Sérgio Jones*

Incrível mas verdadeiro é o que vem acontecendo no mundo político no país, nesses dias bicudos, e mais explicitamente em Feira de Santana, onde um prefeito com um cinismo indescritível e inaceitável declarou na imprensa local a seguinte pérola: “Todos continuam merecendo a minha confiança”.
Ele se refere aos quatro ocupantes de cargos na Administração, bem como também o ex-prefeito José Ronaldo, que sofreram bloqueio de bens pela Justiça Federal, acusado de práticas fraudulentas em licitações.

O grau de sujeição do atual prefeito em relação ao ex-prefeito chega a ser algo abjeto. Como se já não bastasse ser solidário aos acusados, ele se coloca de forma graciosa como ferrenho defensor, ao afirmar: “Ronaldo é um homem honrado, com mais de 50 anos de vida pública sem qualquer mácula à sua imagem e que tem grande credibilidade junto à população. Haverá de confirmar a sua inocência”.

O prefeito Colbert Martins deve estar tomando como parâmetro, ao fazer tal defesa, a sua descrença com relação à atuação da justiça brasileira. Talvez se espelhando em seu caso escandaloso no qual foi conduzido ao presídio no Amapá. E logo depois liberado.

Na época ele exercia o cargo de secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo. A prisão aconteceu em decorrência da Operação Voucher, desencadeada pela Policia Federal em 09 de agosto de 2011.

A operação teve como objetivo apurar o desvio de recursos público destinados ao Ministério de Turismo por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União. Coincidência ou não, o caso dele tem muita similaridade com os dos amigos que continuam merecendo a sua confiança. Desvio de recursos.

Pesa sobre o atual prefeito a informação de que sua gestão não conseguiu comprovar a execução de serviços da ordem de 14 milhões de reais, relativos ao contrato com a extinta Coofsaúde, o que ele negou.

Embora as contas de 2018 da Prefeitura tenham sido aprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios. Em seu relatório sobre o exercício, o TCM atesta de que os serviços não foram prestados.

*Sérgio Jones, jornalista ([email protected])