O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou no último sábado (13) que os “excessos” da Lava Jato, ou seja, os crimes cometidos pelo ex-juiz Sergio Moro e sua força-tarefa, não podem ser usados para “destruir a operação”.

“Claro que se tiver havido um excesso ou erro, ele tem que ser objeto de reflexão, mas é preciso não perder o foco. O problema não é ter havido um exagero aqui e ali, o problema é esta corrupção estrutural, sistêmica e institucionalizada que não começou com uma pessoa, um governo ou um partido. Veio num processo acumulativo que um dia transbordou”, afirmou o ministro em entrevista ao historiador Marco Antonio Villa, conforme reportado no Estadão.

Barroso ainda disse que a movimentação contra a Lava Jato, que tem base nas mensagens que comprovam a parcialidade de Moro e procuradores assim como a cooperação ilícita com autoridades estrangeiras, é uma “tentativa de sequestrar a narrativa como se isso (corrupção) não tivesse acontecido”.

As declarações de Barroso apontam para uma divisão interna na Corte. No último dia 9, o ministro Gilmar Mendes chamou a operação Lava Jato de “o maior escândalo judicial do mundo”.

No campo lavajatista está também o ministro Luiz Fux, ministro de confiança de Moro. Em conversas reservadas, o presidente do STF afirmou que “o respeito ao STF vai para o esgoto” caso a Lava Jato fosse anulada.

 

Fonte: Brasil 247