A comunidade do Terreiro Axé Iciminó denuncia que está sendo vítima de ataques, invasões e destruição ambiental por dias consecutivos. “A comunidade, que inclui pessoas mais velhas, está sem poder visitar e passar o dia no terreiro, por medo dos ataques e rondas sucessivas. Em especial neste mês em que a Casa se prepara para a Obrigação de Obaluayê, estamos sendo violentados em nosso sentimento religioso”, diz o Babalaxé Duda de Candola.

Ele denuncia a entrada de pessoas estranhas ao terreiro, cortando bambu e destruindo assentamentos sagrados. A ação, de acordo com ele, é realizada por uma empresa de celulose. “Bambus estão sendo retirados do local”, diz. Ele também relata que a ação ameaça o patrimônio cultural e ambiental. O terreiro, centenário, é tombado pelo IPHAN e registrado pelo IPAC. O terreiro informa que a área está passando por regularização fundiária pela Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), da Secretaria de Desenvolvimento Rural.

A direção do terreiro denuncia que esses ataques tiveram início em 29 de fevereiro de 2019, com a entrada de prepostos da fábrica de forma ilegal. A direção do terreiro acionou o Ministério Público Estadual. As denúncias são de ameaças ao Babalaxé Duda de Candola, inclusive, com armas. Já no dia 3 de março de 2019 foi realizada pelo MPE uma audiência pública. Desde então ocorreu um acordo extrajudicial para a fábrica não realizar nenhuma ação no local. A propriedade do local está sob litígio judicial.

“Devido às ameaças ao local e à iminente perda do patrimônio”, afirma Duda de Candola, o IPHAN, de forma emergencial, promoveu o tombamento do terreiro, no dia 13 de maio de 2020.