Mais de 80 ex-oficiais de alto escalão nos EUA pedem a demissão dos chefes do Pentágono pela “catastrófica retirada” do Afeganistão.

Uma associação norte-americana de antigos oficiais de alto escalão, Flag Officers For America, publicou no dia 30 de agosto uma carta aberta exigindo a demissão do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e do chefe do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley, por sua “negligência” com relação à “catastrófica retirada” das tropas americanas do Afeganistão.

“Se [Lloyd Austin e Mark Milley] não fizeram tudo quanto estava em seu poder para deter essa retirada apressada, devem se demitir”, declaram os autores da carta.

Além disso, eles observam que se os chefes do Pentágono fizeram de tudo para persuadir o presidente dos EUA, como seus principais assessores militares, de todas as formas devem renunciar a seus cargos em sinal de protesto.

Segundo a associação, “as consequências do desastre são enormes e repercutirão por décadas”, como já começa a se manifestar em termos de segurança ameaçada para os cidadãos norte-americanos no território afegão, as mortes e torturas de afegãos e a perda de diversos bilhões de dólares em equipamentos e munições, que foram deixados para trás pelo Exército americano.

“O dano à reputação dos EUA é indescritível. Agora nos vêm, nos verão por muitos anos, como um aliado pouco confiável em qualquer acordo ou operação multinacional”, cita a carta, assinada por mais de 80 oficiais.

Além disso, os autores observam que os “adversários” dos EUA se sentirão “encorajados para atuar contra” o país norte-americano pela fraqueza que demonstrou no Afeganistão.

“Um princípio fundamental no Exército é responsabilizar as pessoas encarregadas e responsáveis por suas ações ou omissões”, concluíram os oficiais.

Na segunda-feira (30), foi confirmado que as tropas norte-americanas completaram sua retirada após 20 anos em território afegão.

De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, o encerramento da missão militar norte-americana no Afeganistão foi a melhor maneira de proteger a vida dos soldados e de garantir que os civis possam sair do país nas próximas semanas ou meses.

Fonte: Sputnik Brasil