Segundo informações, o paciente contaminado circulou livremente pela cidade chapadeira | FOTO: Divulgação

A população de Palmeiras acordou nesta quinta-feira (2) com uma notícia que deixou todos os moradores tensos. É que na última quarta-feira (1º), o prefeito de Seabra, Fábio Lago Sul (Rede) divulgou – por meio de vídeo -, que um caso foi confirmado de Covid-19 no Hospital Regional da Chapada (HCR). O paciente foi um jovem do município de Palmeiras, que havia dado entrada desde o dia 15 de março na unidade. O Jornal da Chapada foi procurado por populares que estão indignados com o caso e acusam a prefeitura local de omissão.
Segundo informações, o paciente havia dado entrada com quadro de pneumonia grave, ao se recuperar ele foi liberado e frequentou livremente a comunidade. “Não sabíamos que existia um caso suspeito. A pessoa deu entrada no HRC de Seabra no dia 15 de março, deveria estar no período de incubação há quatro dias, ou seja, desde o dia 11 de março. Foi internada com pneumonia, se recuperou e voltou para a comunidade circulando livremente por todos os espaços”, aponta um dos membros do grupo que criou uma barreira para conter a entrada do vírus no Vale do Capão, distrito de Caeté-Açu, zona rural de Palmeiras. Conforme os dados, familiares do paciente diagnosticado também circularam pelo município sem as devidas medidas de prevenção de contágio. “A mãe do paciente é uma agente de saúde do município aposentada – que ficou interagindo no hospital e foi convocada para a campanha de vacinação dos idosos, após o filho está infectado. É uma situação muito grave, a prefeitura completamente omissa. Não sabemos se omitiu os dados para não criar pânico e não frear a economia local, ou pior ainda, que eles nem souberam que o HRC estava examinando. Essa situação precisa ser esclarecida”, aponta um morador da região.
Outra situação que está incomodando a comunidade do Vale do Capão é uma obra de construção civil. A atividade está gerando grande rotatividade de pessoas entrando e saindo, com trabalhadores de várias regiões, o que coloca em risco a segurança de uma vila que tem tomado medidas de prevenções rígidas. “Estamos tentando de toda forma interromper a construção civil no Vale do Capão. Estamos fazendo um controle e temos 135 pessoas que entraram no Vale vindo de vários municípios. Não estamos tendo controle e é uma coisa que não é essencial à vida, a construção civil. Nós estamos submetidos a esta exposição”, reclama integrantes da barreira sanitária.
O grupo de moradores ainda ressalta que já falou com o prefeito Ricardo Guimarães (PSD), mas que não foram atendidos em nome da economia. “Já comunicamos ao prefeito Ricardo há dias dessa situação e ele informalmente disse ‘que não ia parar a construção civil porque faz a economia girar e não iria interromper mesmo sendo um serviço não essencial’. A comunidade está revoltada porque não havia caso suspeito e agora apareceu”, completa a equipe.
Uma nota que circula nas redes sociais sobre a situação do primeiro caso de Covid-19 em Palmeiras, assinada pela Secretaria de Saúde do município, aponta que a prefeitura “não foi informada que este paciente era suspeito e que deveria ter algum tipo de tratamento ou cuidado especial, principalmente em relação ao isolamento social seu e de seus familiares. Em nenhum momento houve negligência, nem tampouco irresponsabilidade da Secretaria em esconder ou omitir informações para a população”, aponta a nota – que foi apagada.
Segundo fonte consultada pelo Jornal da Chapada, a nota da prefeitura foi publicada em rede social e depois apagada. A exclusão da nota se deu por causa da entrevista coletiva do governador Rui Costa (PT). O gestor estadual teria dito que o caso de Palmeiras não estaria confirmado e que mais tarde se posicionaria se era verdade ou não. A fonte revelou ainda que a nota foi mesmo emitida pela prefeitura e Secretaria de Saúde de Palmeiras.
Jornal da Chapada