A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse em depoimento à CPI da Covid que a pasta orientou médicos em todo país sobre uso de remédios como a cloroquina.

Conhecida como Capitã Cloroquina, ela afirmou que seria “inadmissível” não recomendar o uso de medicamentos para o tratamento precoce contra a COVID-19. A utilização de remédios como cloroquina , hidroxicloroquina e ivermectina não tem eficácia comprovada contra o coronavírus.

Desde o início da pandemia, porém, o presidente Jair Bolsonaro defende o uso desses produtos.

“A orientação [para o uso] é para todos os médicos brasileiros, não só para Manaus”, disse Pinheiro, ser perguntada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), se houve orientação para tratamento precoce durante a crise sanitária de Manaus.

A servidora ressaltou ainda que o Conselho Federal de Medicina (CRM) autorizou o uso desses remédios. A entidade emitiu parecer técnico no ano passado afirmando que, embora não exista comprovação científica da eficácia do tratamento precoce, a prescrição dos medicamentos era decisão de cada médico.

‘Inadmissível’ não usar cloroquina

Ao ser questionada se ela ainda mantinha a defesa do uso da cloroquina, a funcionária do Ministério da Saúde afirmou que sim.

“Eu mantenho a orientação enquanto médica de que possamos usar todos os recursos possíveis — respondeu a secretária”, disse.

A servidora admitiu que, durante a crise sanitária de Manaus, disse em ofício enviado para a Secretaria de Saúde da cidade que era inadmissível que a cloroquina não fosse usada em pacientes de COVID-19.

“No contexto da quantidade de óbitos, como médica, é inadmissível não ter a adoção de todas as medidas”, afirmou.

Mayra Pinheiro também eximiu o governo de qualquer de qualquer culpa no caos vivido em Manaus no início do ano, quando pacientes de COVID-19 morreram pela falta de oxigênio.

“Nenhuma responsabilidade [do governo]. A responsabilidade da doença é do vírus”, disse.

Fonte: Sputnik Brasil