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A Copa do Mundo FIFA 2018 termina no próximo domingo, 15, com o confronto da decisão entre França e Croácia, em Moscou. Em entrevista à Sputnik Brasil, o cronista esportivo Rodrigo Campos analisou a reta final da competição e o desempenho da seleção brasileira no Mundial.

De acordo com o especialista, a grande final de domingo colocará frente a frente as duas equipes que apresentaram de fato o melhor futebol nesse torneio, que não precisaram contar com o acaso ou a sorte para chegar até lá.

“Por tudo que todas as seleções fizeram neste Mundial, eu acho que é uma final justa pelo que essas equipes apresentaram. Nenhuma partida foi vencida pela Croácia, por exemplo, que a gente falasse ‘olha, venceu por sorte, venceu por um acaso’. Não, ela venceu porque teve qualidade para vencer. Da mesma forma, a França, que é uma seleção mais forte do que ela, também venceu por ter qualidade pra vencer. Infelizmente, coisa que faltou muito para a nossa seleção, especialmente no último jogo, o jogo contra a Bélgica, que culminou na nossa eliminação”, afirmou.

Para Campos, além do peso da camisa e da qualidade, a França chega como favorita para esse duelo também pelos fatores físicos e emocionais, uma vez que a Croácia se desgastou muito após disputar três prorrogações.

“Só aí já tem uma partida inteira, são 90 minutos. 30, 30 e 30”, lembrou ele, destacando também o cansaço emocional provocado por duas disputas de pênaltis seguidas. “A França vai chegar melhor preparada física e emocionalmente, além de ter um time tecnicamente melhor. Ou seja, não há como tirar, pelo menos na minha humilde opinião, o favoritismo da França”, explicou. “Agora, o futebol é apaixonante exatamente em função da imprevisibilidade. A Croácia já mostrou até aqui nessa competição que tem uma seleção que sabe superar as adversidades. E isso ficou evidente nessa última partida. Portanto, pode ser, sim, que tenhamos um inédito título croata nessa Copa 2018”.No caso do Brasil, Rodrigo Campos acredita que faltou à seleção um plano B no jogo eliminatório contra a Bélgica, nas quartas de final. Segundo ele, embora Tite seja sensacional como técnico, é preciso reconhecer que ele errou quando não poderia errar.

“Achar que a gente vai vencer sempre, pela nossa técnica, pela nossa qualidade, é uma utopia. Nós não somos mais tão melhores como éramos em 1970, como éramos em 58, como éramos em 62. Hoje, talvez sejamos um pouquinho melhores em alguns aspectos, mas bem piores em outros aspectos. Então, se você vai para uma competição de tiro curto sem um plano B, um plano C, um plano D, você está fadado ao fracasso.”

Para o cronista, a diferença da seleção brasileira atual em relação às anteriores não é que os adversários ficaram muito mais fortes, mas o Brasil que involuiu. Entretanto, ele acredita que os brasileiros ainda são os melhores e, por isso, favoritos.

“Se houver organização, se houver disciplina tática, se houver menos vaidade dos nossos principais jogadores ou do nosso grande astro, Neymar, o Brasil, hoje, seria favorito ao título.”

Antes da decisão entre França e Croácia, no estádio Luzhniki, na capital russa, Bélgica e Inglaterra se enfrentarão pela disputa do terceiro lugar da Copa. Esse jogo acontecerá em São Petersburgo, no sábado, às 11h de Brasília.