Os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves ou sem cura

Os cuidados paliativos foram redefinidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, como a assistência prestada por uma equipe multidisciplinar, que possui o intuito de melhorar a vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameaça a vida. 

Portanto, eles envolvem a prevenção e o alívio do sofrimento, por meio do tratamento de dores e outros sintomas, que podem ser físicos, sociais e psicológicos.

Segundo a OMS, mais de 20 milhões de pessoas precisam de um tratamento paliativo anual. Se incluídos os pacientes com diagnóstico precoce, o número pode chegar a 40 milhões de pessoas. 

De acordo com o relatório de 2014, apenas 10% dos pacientes que precisam dos cuidados paliativos recebem tratamento e um terço são diagnosticados com câncer. A OMS ainda calcula que as crianças representam 6% dos que precisam desse tipo de tratamento.  

Os cuidados paliativos atuam, principalmente, na redução do sofrimento daqueles que enfrentam doenças progressivas, agudas ou crônicas, fora da possibilidade de cura. 

O mais indicado é procurar tratamento logo no início do diagnóstico, já que muitas doenças envolvem não somente danos físicos, mas também perdas sociais e econômicas que podem afetar o emocional e o psicológico do paciente. 

Inicialmente, os cuidados paliativos eram direcionados apenas para pacientes em tratamento oncológico. Atualmente, são indicados para todos os pacientes que sofrem com doenças ameaçadoras da vida por diferentes diagnósticos, independente da idade e estágio da doença.

Benefícios e cuidados no Home Care

Todos os serviços que cuidam de pacientes com doenças progressivas fora da possibilidade de cura também devem avaliar a possibilidade de proporcionar os cuidados paliativos em um ambiente domiciliar, que envolve o suporte do Home Care. 

O Home Care, termo em inglês para assistência médica domiciliar, é hoje parte dos cuidados continuados integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS), e da saúde suplementar. 

O suporte do Home Care pode oferecer tanto a atuação de profissionais de maneira autônoma, como a de uma equipe interdisciplinar com formação em cuidados paliativos presente em instituições públicas, privadas ou filantrópicas.  

Ambos tipos de atendimento garantem um atendimento ainda mais integrado e humanizado junto ao paciente e seus familiares. A escolha do tipo de atendimento deve envolver as necessidades do paciente e da família. 

Uma equipe multiprofissional em Home Care proporciona autonomia e privacidade ao paciente, envolvendo a família na tomada de decisões sobre o tratamento e aumentando o vínculo familiar. 

A equipe é usualmente composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas e cuidadores que utilizam técnicas direcionadas à promoção da qualidade de vida dos pacientes e familiares, prevenindo o sofrimento contínuo provocado por determinadas patologias. 

Vale ressaltar que o Home Care não representa os mesmos cuidados que a figura de um cuidador. O Home Care consiste em uma assistência que conta, geralmente, com diversos profissionais especializados em cuidados paliativos. 

Já o cuidador é responsável pelos cuidados básicos do paciente, como alimentação, higiene, etc.

Além disso, o Home Care é dividido em atenção e assistência domiciliar e internação domiciliar. O primeiro refere-se ao cuidado com a saúde e tratamento de doenças, que ocorrem em seu lar. 

Já a assistência domiciliar é caracterizada pelas atividades ambulatórias realizadas em casa, o que é o caso de procedimentos específicos, como curativos, aspiração, etc.

A internação domiciliar se trata de um conjunto de ações realizadas em domicílio, caracterizadas pela atenção ao paciente com maior complexidade assistencial e necessidade de serviços de técnico de enfermagem nos regimes de 12 ou 24 horas. Podem ser necessários equipamentos para a manutenção do tratamento.

A assistência domiciliar é voltada para pacientes com necessidade de cuidados pontuais de serviços de enfermagem, como para realização de curativos e administração de medicamentos injetáveis e outros procedimentos executados por técnico de enfermagem ou enfermeiro.

Apesar das ações adotadas durante a assistência domiciliar serem parecidas às de um ambiente hospitalar, o Home Care gera mais conforto ao paciente e é considerado mais seguro, já que representa a diminuição das infecções normalmente contraídas em hospitais. 

O Ministério da Saúde estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados. Além disso, a incidência de infecções é maior em unidades de terapia intensiva, enfermarias cirúrgicas e alas de ortopedia. 

O Home Care também tem efeitos positivos no psicológico do paciente, já que ele é tratado no conforto de sua casa, ficando livre da rotina estressante de um ambiente hospitalar.