De acordo com um levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgado nesta segunda-feira (18), o desmatamento na Amazônia atingiu em março passado o pior índice para o mês nos últimos dez anos.

Os números divulgados pelo Imazon divergem daqueles apresentados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) em 9 de março. Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), do INPE, revelaram que no mês passado foram 367 km² de florestas desmatadas.

O Imazon projeta que foram foram 810 km² desmatados da Amazônia Legal, área equivalente à cidade de Goiânia. O total da devastação é três vezes maior do que a área desmatada em março de 2020, quando 256 km² foram subtraídos da floresta.

Pará e Mato Grosso concentraram 60% do desmatamento detectado na Amazônia Legal no período analisado. A saber, em ordem, os estados onde houve maior desmatamento: Pará (35%), Mato Grosso (25%), Amazonas (12%), Rondônia (11%), Roraima (8%), Maranhão (6%), Acre (2%) e Tocantins (1%).

O acumulado de janeiro a março em 2021 também apresenta recorde de desmatamento: o total devastado é o maior da série de dez anos, e mais do que o dobro do registrado em 2020.

O Imazon também revelou tendência de aumento de agosto a março, com destruição 59% maior do que no período anterior.  Em março de 2021, 66% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmate foi registrado em Assentamentos (22%), Unidades de Conservação (11%) e Terras Indígenas (1%).

A notícia chega às vésperas da Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden, que ocorrerá na quinta (22) e na sexta-feira (23) desta semana.

Militares do Exército Brasileiro patrulham Floresta Amazônica para combater o desmatamento ilegal na região
© REUTERS / EXÉRCITO DO BRASIL Militares do Exército Brasileiro patrulham Floresta Amazônica para combater o desmatamento ilegal na região

Fonte: Sputnik Brasil