O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, decidiu exonerar nesta sexta-feira (2) o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão. A saída acontece após críticas do governo Bolsonaro a dados sobre desmatamento considerados sensacionalistas.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, os dois se reuniram por cerca de duas horas na manhã desta sexta. Ao final, o agora ex-diretor do Inpe falou à imprensa por três minutos.

Galvão contou aos jornalistas que a exoneração ocorreu porque seu discurso em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) causou constrangimento. Em entrevista à Folha no último dia 21, Galvão disse que até poderia ser demitido, mas que o instituto era cientificamente sólido o suficiente para resistir aos ataques do governo.

Para o ministro Pontes, definido pelo ex-diretor como de “alta capacidade técnica”, Galvão disse que não precisou defender a solidez dos dados do Inpe, questionados pelo presidente.

O pesquisador estava no Inpe desde 1970 e cumpria mandato à frente do órgão até 2020. Ele deixa a direção do instituto após duas semanas de intenso bombardeio por parte do governo às informações do instituto que mostram que desde maio os alertas de desmatamento da Amazônia dispararam, atingindo em julho o valor mais alto desde 2015 para um único mês. O desmatamento observado pelos alertas entre agosto do ano passado até 31 de julho é 40% maior do que o período anterior.

Folhapress – foto: divulgação/Inpe