A Secretaria da Educação do Estado realizou, nesta quarta-feira (25), a quarta atividade relacionada ao Novembro Negro, com uma live para debater o tema: ‘História da educação do negro e as políticas para a Educação Superior na Bahia’. O encontro, realizado no canal do Youtube da instituição, reuniu os professores Ivanilda Amado, Eliane Costa, Patrícia Silva e Valnei Souza, sendo mediado por Joseane Carvalho.

A mestra em História Regional, Eliane Costa, abordou a história da educação do negro no Brasil. De acordo com a professora, “temos uma memória de lutas e conquistas de homens e mulheres que buscaram alcançar cidadania e dignidade humana e articularam estratégias que ressoaram no alcance das políticas públicas para a emancipação do povo negro no Brasil”.

Para Valnei Souza, a atividade proposta é positiva e incentiva o debate em um mês que simboliza a luta dos ancestrais. “Trouxe uma discussão sobre os rumos da educação musical, ao traçarmos como perspectiva a educação para as relações étnico-raciais. O campo do ensino da música ainda é extremamente colonizado e isso faz com que esse campo permaneça como reprodutor do racismo epistemológico que subalterniza as práticas musicais não europeias. Não há como tratar a nossa diversidade musical negra e indígena pensando nos tradicionais teóricos, por isso a minha preocupação é levar para o estudante o samba de roda, as composições dos blocos afros e realizar uma ligação com o cotidiano deles”, ressaltou o professor.

A diretora de Políticas para a Educação Superior da Secretaria da Educação do Estado, Ivanilda Amado, ponderou que, para avançarmos nas políticas públicas, é fundamental resgatarmos a história da educação das populações negra e indígena no Brasil. “Historicamente, as populações negra, indígena e pobre foram grupos alijados dos processos educacionais, provocando o que Carlos Hasenbalg define como processo cumulativo de desvantagens socioeconômicas, que acarreta maior dificuldade de ascensão. Também tratamos das demandas históricas que impulsionaram mudanças na legislação educacional, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História e das culturas afro-brasileira e indígena no sistema de ensino”.

A professora Patrícia Silva apresentou sua metodologia de trabalho de ensino, envolvendo a criação e o trabalho com bonecas para incentivar a representatividade entre as crianças. “Nossos corpos são atravessados todo o tempo pelo racismo, pela falta de representação e pela descriminação. Espaços como este, com profissionais que vêm fazendo a diferença, foi pra mim de grande relevância, não apenas para meu processo formativo, mas também para o meu fortalecimento”, disse.

A próxima live temática será no dia 26 de novembro, às 15h, no canal oficial da Secretaria da Educação no Youtube. Os convidados vão debater as ‘Narrativas quilombolas’. A programação completa disponível neste link.

Fonte: Ascom/Secretaria da Educação