O acordo dos Emirados Árabes Unidos para normalizar os laços com Israel não foi dirigido contra o Irã, afirmou o ministro das Relações Exteriores do Estado do Golfo após o acordo ter sido criticado por Teerã.

Os Emirados Árabes Unidos convocaram no domingo (16) o enviado do Irã em Abu Dhabi e entregaram a ele um “memorando com palavras fortes” em resposta a um discurso do presidente iraniano Hassan Rouhani que os Emirados Árabes Unidos consideram “inaceitável”.

Os Emirados Árabes Unidos cometeram um “grande erro” ao chegar a um acordo com Israel, declarou Rouhani no sábado (15), chamando isso de “traição” do Estado do Golfo.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, escreveu nesta segunda-feira (17) no Twitter que “o tratado de paz entre os Emirados Árabes Unidos e Israel é uma decisão soberana não dirigida ao Irã”. O Estado do Golfo não aceitará interferências em seus assuntos, acrescentou o ministro.

Em Dubai, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, fala com jornalistas durante uma coletiva de imprensa, em 24 de junho de 2017.
© AP PHOTO / KAMRAN JEBREILI
Em Dubai, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, fala com jornalistas durante uma coletiva de imprensa, em 24 de junho de 2017.

O acordo patrocinado pelos EUA tem sido visto como um reforço da oposição à potência regional do Irã. O secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo, formado por seis membros, condenou no domingo (16) as “ameaças” de Rouhani e outras autoridades iranianas aos Emirados Árabes Unidos por causa do acordo.

O presidente iraniano também disse em um discurso que o acordo Emirados Árabes Unidos-Israel parecia ter o objetivo de garantir que o presidente dos EUA, Donald Trump, fosse reeleito em novembro, acrescentando que o acordo foi inicialmente anunciado em Washington.

“Então um cavalheiro em Washington ganha votos, trai o seu país, o seu povo, os muçulmanos e o mundo árabe?”, concluiu.

Sputnik