Maria Zakharova, a representante oficial da chancelaria da Rússia, declarou que a expulsão dos diplomatas russos corresponde aos interesses dos EUA e não aos da República Tcheca ou Polônia.

“O preço que a República Tcheca pagou por isso é colossal. Isto é um golpe nas relações bilaterais com a Rússia, é um golpe para seu próprio serviço diplomático – hoje 20 diplomatas tchecos e seus familiares devem sair da Rússia. Isto não foi uma escolha nossa, são medidas de retaliação. Praga está agora proibida de contratar cidadãos russos para o quadro de pessoal de suas embaixadas e missões diplomáticas, isto já é muito sério para eles”, afirmou Zakharova.

“Estamos bem cientes de que esta não é uma escolha das pessoas e cidadãos destes países [Polônia e República Tcheca], compreendemos perfeitamente que por trás disso estão precisamente as forças políticas que não servem os interesses nacionais destes países, elas servem uma encomenda política de Washington, provavelmente bem paga, mas isso são interesses dos EUA, e não da Polônia e da República Tcheca”, declarou Zakharova.

Kremlin considera a expulsão de diplomatas russos pela República Tcheca como uma decisão provocatória e hostil, disse nesta segunda-feira (19) Dmitry Peskov, o porta-voz da presidência russa.

“Discordamos totalmente dessas conclusões. Consideramo-las provocativas e hostis”, disse Peskov respondendo à questão sobre como Vladimir Putin reagiu aos acontecimentos na República Tcheca e até que ponto as conclusões das autoridades tchecas o surpreenderam.

Embaixada da República Tcheca em Moscou, na Rússia, 18 de abril de 2021
© REUTERS / SHAMIL ZHUMATOV Embaixada da República Tcheca em Moscou, na Rússia, 18 de abril de 2021

Neste sábado (17), as autoridades tchecas informaram que suspeitam que os serviços especiais russos estiveram envolvidos nas explosões de um depósito de munições em Vrbetice que ocorreu em 2014, o que conduziu a expulsão de 18 diplomatas russos do país.

Além do mais, Zakharova disse que o Ocidente esteve envolvido nos preparativos para alterar a ordem constitucional na Bielorrússia.

“As informações que foram descobertas e as ações que foram frustradas – que serão qualificadas pelas autoridades competentes – tratou-se de preparativos para um golpe constitucional no território da Bielorrússia, elas [as informações] revelaram a imagem assustadora e feia do envolvimento ocidental não só na pauta interna da Bielorrússia como também na mudança da ordem constitucional [do país]”, concluiu a representante oficial.

Neste sábado (17), o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse em comunicado que, ao lado do Comitê de Segurança do Estado da Bielorrússia (KGB), deteve dois membros da oposição bielorrussa por conspirar para dar um golpe armado contra o presidente Aleksandr Lukashenko.

O advogado Yuri Zyankovich e o cientista político Aleksandr Feduty planejavam matar Lukashenko durante o desfile do Dia da Vitória, em Minsk, no dia 9 de maio deste ano, disse o FSB.

O plano incluía tomar o controle da televisão e do rádio da Bielorrússia e derrubar a rede elétrica para impedir a comunicação de unidades e tropas especiais da polícia.

 

Fonte: Sputnik Brasil