O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta segunda-feira (5) o novo estudo Monitor Fiscal apontando que o investimento público em economias avançadas e emergentes pode gerar milhares de emprego e retomar o crescimento econômico, em meio à grave crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o FMI, aumentar o investimento público em 1% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países poderia “fortalecer a confiança na recuperação e impulsionar o PIB em 2,7%, o investimento privado em 10% e o emprego em 1,2% – se os investimentos forem de alta qualidade e se os encargos da dívida pública e privada existentes não enfraquecerem a resposta do setor privado ao estímulo”.

O levantamento é o oposto do que faz o governo Jair Bolsonaro, que deu continuidade ao ultraneoliberalismo de Michel Temer. A PEC do Teto dos Gastos, aprovada na gestão do emedebista, congelou investimentos públicos por 20 anos. Agora, atuais governantes tocam uma agenda apostando na iniciativa privada como solução para a crise, o que ainda não aconteceu. O País tem mais de 13 milhões de desempregados e com recessão prevista para 5% este ano.

Segundo estimativas do estudo, publicado no jornal O Globo, o investimento público pode gerar, diretamente, entre dois e oito empregos para cada milhão de dólares aplicados em infraestrutura tradicional. Também pode gerar entre cinco e 14 empregos para cada milhão de dólares em pesquisa e desenvolvimento, eletricidade verde e sustentável e edifícios eficientes.

A instituição disse que o momento de baixas taxas de juros no mundo também sinaliza que é hora de investir. “A poupança é abundante, o setor privado está em modo de espera e muitas pessoas desempregadas e poderiam ocupar postos de trabalho criados por meio de investimentos públicos”, diz o documento.

O setor privado reduziu investimentos por causa das incertezas decorrentes do futuro da pandemia do coronavírus. “Assim, em muitos países, o momento de realizar investimentos públicos de alta qualidade é agora, em projetos prioritários. Isso pode ser feito por meio de empréstimos a baixo custo”, acrescento o FMI.

De acordo com o fundo, a comunidade internacional deverá ajudar financeiramente os países mais pobres. “A ajuda oficial está disponível, mas os US$ 10 bilhões alocados em 2018 ficam aquém dos US$ 25 bilhões de investimentos necessários anualmente nas economias de baixa renda, segundo estimativas do corpo técnico do FMI”, afirma o documento.

 

Fonte: Brasil 247