A Associação de Funcionários do Banco Mundial pediu a investigação do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, atualmente um dos diretores-executivos da instituição.

Em carta enviada ao Comitê de Ética do banco, o grupo diz que Weintraub dissemina desinformação durante a pandemia e faz campanha política para o governo de São Paulo.

“Dado o papel crítico do Banco Mundial na luta contra a COVID-19 no mundo, achamos inaceitável que um membro do conselho administrativo (muito mais do que qualquer outro membro da equipe) publique nas mídias sociais informações patentemente falsas, aparentemente com o objetivo de politizar a pandemia ou contribuir para teorias da conspiração”, diz o documento, conforme publicado pela Folha de S.Paulo.

Edifício do Banco Mundial em Washington, Estados Unidos
© AFP 2021 / TIM SLOAN Edifício do Banco Mundial em Washington, Estados Unidos

O texto critica a postura do ex-ministro quanto às informações sobre vacinas e medicamentos contra a COVID-19. O documento relaciona os ataques de Weintraub à CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, à sua disputa política em São Paulo, de oposição ao governador João Doria.

A associação lembra ainda que a hidroxicloroquina, defendida diversas vezes por Weintraub, já foi desacreditada pela comunidade científica no combate à doença.

“O Sr. Weintraub parece estar fazendo campanha para um cargo político no Brasil ao mesmo tempo que é funcionário do Grupo Banco Mundial. De fato, foi noticiado dia 19 de fevereiro, em rodada de imprensa em nosso próprio site, cuja primeira linha é: ‘Ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub se lançou como candidato ao governo de São Paulo, diretamente de Washington, Estados Unidos, onde atua como diretor do Banco Mundial’. Este parece ser um claro conflito de interesses”, diz o texto.

Em junho do ano passado, a associação já havia pedido ao Comitê de Ética a suspensão da nomeação de Weintraub até a apuração de declarações contra a China e minorias e de outro episódio em que defendeu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A reivindicação acabou sendo negada.

Fonte: Sputnik Brasil