Recentemente a apresentadora Fátima Bernardes foi diagnosticada com câncer de endométrio em estágio inicial e precisou passar por um procedimento cirúrgico para retirá-lo. Esse tipo de câncer (um dos tumores ginecológicos mais frequentes), pode chegar a atingir 6 mil mulheres no Brasil até o final de 2020, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). E, nesses casos, a histeroscopia se constitui no principal método diagnóstico.
A histeroscopia é um exame que permite ver o interior do útero. Na técnica, é inserido um endoscópio através da vagina, visualizando o colo do útero, canal cervical e cavidade uterina. Em seguida é realizada a distensão da cavidade para obter uma melhor visão do interior do útero. “O procedimento, feito com anestesia (geralmente uma sedação venosa) permite ao médico observar e realizar uma biópsia ou até tratar patologias eventualmente existentes. O exame é indicado em todas as situações nas quais a visualização da cavidade uterina possa fornecer subsídios para um diagnóstico preciso e um tratamento correto, incluindo a identificação precoce do câncer de endométrio”, explica Dr. Carlos Lino, Diretor Médico do Núcleo de Endometriose e Fertilidade de Salvador. É um procedimento rápido, seguro se adotados os cuidados necessários e com baixa incidência de complicações. Após realizado, as amostras de tecido do endométrio retiradas são enviadas para análise em laboratório, que enviará um relatório com o diagnóstico. “São diversas as causas de sangramento proveniente do útero. Eles podem ocorrer em qualquer idade, sendo resultado de problemas relacionados à anovulação, lesões anatômicas benignas ou malignas, gravidez ou distúrbios hormonais. Porém, a maioria dos casos de câncer de endométrio acontecem durante ou pós menopausa”, explica a médica Talitha Alves, que também integra o Núcleo de Endometriose e Fertilidade (NEF). Vale sinalizar também que nem todo sangramento pré e pós menopausa será um câncer de endométrio.
Caso a paciente tenha sido diagnosticada com câncer do endométrio é necessário determinar a fase em que a doença se encontra, e se o tumor está localizado no útero ou se afetou outros órgãos. “Essa avaliação é essencial para definir o tratamento. Nos estágios iniciais, a cirurgia é o mais indicado e inclui a retirada do útero, das trompas e dos ovários e também a remoção dos linfonodos, quando necessário”, pondera o cirurgião oncológico Heron Cangussu, também membro do NEF. Conforme as características de cada caso, depois da cirurgia, pode ser necessários tratamentos complementares, como quimioterapia, braquiterapia, radioterapia ou hormonioterapia. “O mais importante é dar o suporte necessário à paciente. Desde o diagnóstico até o pós-cirúrgico. Além da consulta médica, a paciente faz os exames necessários e já recebe o direcionamento para o tratamento adequado, sempre com muita atenção e cuidado para que o momento não se torne tão difícil”, finaliza Dra Talitha. O Núcleo de Endometriose e Fertilidade tem uma equipe multidisciplinar com especialistas em cirurgia minimamente invasiva, inclusive em histeroscopias.