Três (3) shows musicais serão realizados em Buerarema, cidade do Território Litoral Sul da Bahia, e transmitidos com acesso gratuito, pelo Youtube da Casa de Cultura Jonas & Pilar, no dia 21 de Março. Um domingo nada qualquer neste ano de 2021, naquela cidade. Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, cinco (5) artistas se unem para lembrar esta data.

Instituído em 1966 pela Organização das Nações Unidas, em memória ao “Massacre de Shaperville” (69 manifestantes negros foram mortos e centenas foram feridos, na África do Sul, quando uma lei obrigava negros e negras a andarem com identificações que limitavam seu trânsito na cidade de Joanesburgo), este foi o dia escolhido para a realização da Live Show Negritudes.

Além de lembrar o triste episódio, a Live Show “fortalece e amplia essa rede de resistência e de luta pelos direitos de homens e mulheres de ascendência africana, buscando também estimular o reconhecimento e sentimento de pertença da comunidade enquanto população negra”, diz a historiadora Rita Maria de Souza, consultora de assuntos étnico-raciais do projeto.

Todos os artistas têm forte ligação com a cidade e com a temática proposta. Nascidos ou vivendo há décadas na cidade, todos percebem que, apesar da veia artística expressiva e aparente aura de felicidade, Buerarema tem se tornado um ambiente bastante conservador e hostil ao diferente, às comunidades tradicionais e aos cultos religiosos de origem Africana. Com expressivo número de habitantes negros, a comunidade não se reconhece como tal. A cultura da negação e do embranquecimento imperam. Unidos a este propósito, apresentam-se:

Pablo Guilherme

Foto: Divulgação

Não-Binário, de São José da Vitória, Pablo Guilherme é cantor e abiã da Casa de Logunedé em Buerarema. Revelação do projeto “Maio da Música” (2019), coprodução do Instituto Macuco Jequitibá e Coletivo Casa Flor, em “Samba de Moça”, traz em seu repertório canções dos gêneros Samba e Samba de Roda, com temática religiosa de matriz africana e afro-brasileira.

Moses Ferreira

Foto: Divulgação

Gênero fluído, nascide no Litoral Sul da Bahia, Moses Ferreira geralmente compõe utilizando o eu-lírico feminino. Apaixonade pela arte da música, da dança e da poesia, são essas as ferramentas que utiliza na luta por seus direitos, abordando temas como preconceito racial, machismo, intolerância e casos de amor. Intitulado IMPÉRIO, seu show traz um repertório que mescla músicas autorais e covers de grandes artistas da cena LGBTQI+, na atualidadetais como Liniker, Pablo Vittar, Gloria Groove, entre outros. Vale conferir

Show InVersões

Foto: Divulgação

Três cantoras de ascendência negra, com fenótipos bastante distintos, Ligia Callaz, Claudia Ferreira e Tainá Meoli, fazem a releitura deste projeto que foi idealizado e realizado pelas três em 2016, na Casa Flor.

Nele apresentam canções populares mundialmente conhecidas em inglês/espanhol e suas versões para o português e vice-versa. Neste show, trarão um repertório essencialmente produzido por artistas afrodescendentes, como Bob Marley, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Rihanna, Carlinhos Brown, entre outros.

Domingo, 21 de março, às 17h, no youtube da Casa de Cultura Jonas & Pilar (link na Bio).

Realização: Ligia Callaz e Claudia Ferreira

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.