Por Luiz Fernando Leal Padulla*

Sei que o momento não é de “politizar” a discussão, mas é inevitável que se faça essa observação, até porque o pessoal defensor da “gripezinha” vive nos chamando de “petistas, comunistas, esquerdistas, lulistas” – como se nos ofendessem com tais elogios!

O mundo tomando atitudes emergenciais e necessárias para combater e controlar a pandemia, e Bolsonaro indo contra tudo e todos, arrebanhando analfabetos políticos para o lado obscuro da história – em sua maioria, empresários que preocupam-se com seus lucros às custas das vidas dos trabalhadores, conforme pudemos assistir recentemente no patético desfile de bolsonaristas dançando na Avenida Paulista com um caixão, “comemorando” a pandemia e desrespeitando a vida de milhares de pessoas que se foram pela doença.

(Em tempo: a crise econômica é mundial, e não apenas no Brasil. O colapso da economia mundial já é ato consumado – inclusive mostrando a fragilidade desse sistema. Assim, salvar vidas é o que importa neste momento, pois o dinheiro pode ser recuperado, mas as vidas não!)

Bolsonaro está parindo uma catástrofe que há tempos vem sendo alertada. Para isso, usa o chamado “Gabinete do Ódio” que incrivelmente segue disseminando Fake News nas redes sociais, confundindo e enganando as pessoas. No entanto, parece se esquecer que os fatos acontecem independentemente do que ele quer convencer e acreditar.

Relaxar o isolamento social é dar margem para o caos. Países que adotaram o mesmo, como a China, comprovam a eficiência. Em outros, cujo relaxamento foi aplicado, como em Milão, na Itália, pagaram um preço de milhares de mortes – para depois se arrependerem.

Na Nova Zelândia, atitudes mais radicais como o confinamento por um mês e com fechamento total das fronteiras, resultaram em queda brusca dos casos – e até agora, apenas uma morte registrada. Para suprir as dificuldades enfrentadas pelas pessoas mais carentes durante esse período, ajuda do governo e programas de apoio financeiro para empresas e autônomos.

Contrariando mais uma vez a lógica – nada lógica – dos defensores da economia acima de qualquer coisa, as taxas de mortalidade aqui no Brasil entre pessoas que estavam fora do chamado “grupo de risco” (idosos, cardiopatas, diabéticos, hipertensos, por exemplo) é cinco vezes maior que na Espanha, o que demonstra ainda mais a importância de medidas extremas para o controle da disseminação. Quem divulgava – ainda que sem qualquer embasamento científico – que o vírus não sobreviveria em temperaturas elevadas, novamente foi desmentido.

Não é hora de relaxar.

Bolsonaro insiste em se fazer de vítima, se diz perseguido e continua usando até da mentirosa facada (aquela mesma que surgiu em momento oportunista, sem sangue, cujo autor segue isolado e é considerado inimputável por ter “doença mental” e cuja principal consequência foi a fuga de todos os debates antes das eleições) para, de maneira prepotente, falar em sua “ressurreição” comparando-se a Jesus; Bolsonaro acha que está certo em sua ignorância e continua a colocar em risco à saúde da população brasileira.

Bolsonaro foi denunciado e deve ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional justamente por crimes contra a humanidade. Bolsonaro é um genocida sim! Estimula a anticiência, prega um falacioso discurso de cristão – mesmo em um Estado laico –, e coloca em risco a vida das pessoas de maneira proposital. Fato ainda mais grave quando a doença começa a penetrar nas periferias e atingir pessoas mais carentes e onde o isolamento é dificultado pelas moradias precárias e superlotadas– um ato pensado do bolsonarismo?

Quem está ao lado da ciência e da verdade? Quem apoia e se junta às manifestações pelo fim do isolamento, acreditando que o COVID-19 é invenção “comunista”? Quem defende a vida e a inclusão das pessoas na sociedade, ao invés de idolatrar torturadores e defender golpes militares? Quem tornou o Brasil respeitado mundialmente, sendo a 6ª maior economia? Quem, ao contrário, é manchete nos jornais e revistas internacionais, sendo retratado como um insano, imprudente e irresponsável?

Por isso aceito o adjetivo “Lulista” com muito orgulho! Afinal, Lula é um estadista reconhecido e respeitado mundialmente, enquanto Bolsonaro, um sabotador lesa-pátria. E por mais que essa não seja uma questão política, a demonstração de humanidade e empatia se fazem presentes em Lula!

*Professor, Biólogo, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências

Luiz Padulla

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Prof. Luiz Fernando Leal Padulla
*Biólogo*

Doutor em Etologia
Mestre em Ciências
Especialista em Bioecologia e Conservação

Blog: https://biologosocialista.wordpress.com/