O presidente venezuelano afirma que a política de Trump com a Venezuela “falhou espetacularmente” e espera melhores relações diplomáticas com Joe Biden.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite desta terça-feira (8) que espera abrir “canais de comunicação e diálogo” com o governo de Joe Biden, após anos de tensão com os Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump.

“Sempre estivemos e sempre estaremos dispostos a estabelecer relações de comunicação, diálogo e respeito com o governo dos Estados Unidos”, disse Maduro em entrevista coletiva em Caracas, segundo a AFP.

Embora Trump ainda não tenha reconhecido a vitória de Biden nas eleições norte-americanas, Maduro disse que espera que o democrata inicie uma nova administração nos EUA em 2021.

“Esperamos que o novo governo de Joe Biden seja instalado, esperamos que eles tenham tempo para pensar e esperamos que sejam abertos canais de comunicação e diálogo entre a Venezuela e os Estados Unidos”, disse o presidente venezuelano.

Alvo de sanções norte-americanas, o governo de Maduro rompeu relações diplomáticas com Washington em janeiro de 2019, depois que o governo Trump – junto com cerca de 60 outros países – reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela.

“A política de Donald Trump para a Venezuela falhou espetacularmente”, afirmou Maduro.

Maduro falou ainda sobre plano para assassiná-lo, que o levou a mudar abruptamente o local onde votou nas eleições legislativas deste domingo (6).

“Recebemos informações de fontes muito confiáveis ​​da inteligência colombiana de que estavam preparando um ataque para me assassinar no dia das eleições”, disse o líder venezuelano.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, vota nas eleições parlamentares em Caracas, Venezuela, 6 de dezembro de 2020
© REUTERS / FAUSTO TORREALBA Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, votando nas eleições legislativas do país

A coalizão de partidos que apoia o presidente Nicolás Maduro, o Grande Polo Patriótico (GPP), venceu as eleições com 67,6% dos votos. Apesar da confortável vitória da coalizão pró-governo, somente 31% dos eleitores participaram das eleições legislativas.

Os Estados Unidos não reconheceram as eleições como legítimas, assim como o Brasil e outros 15 países das Américas.

 

Fonte: Sputnik Brasil