Apesar de ter dito reiteradas vezes que Regina Duarte teria total liberdade para gerir a Secretaria Especial da Cultura, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que deve limitar a “carta branca” dada à atriz.

Segundo a jornalista Vera Magalhães, no BR Político, depois de indicar na cerimônia de posse que pode usar seu “poder de veto” sobre as nomeações feitas por Regina, Bolsonaro pediu aos apoiadores, no Facebook, os nomes de olavistas demitidos pela artista.

Após um seguidor acusar a atriz de estar “esquerdizando a pasta da Cultura”, o presidente escreveu: “Quero os nomes se possível. Um abraço!”. Segundo o site, Bolsonaro recebeu centenas de respostas. Dentre os nomes elencados pelos bolsonaristas estão Camilo Calandreli, Reynaldo Campana, Gislaine Targa, Raquel Brugnera, Ednagela Santos e Ricardo Freire.

Conforme o levantado pela coluna de Mônica Bergamo, por conta das demissões e da pouca disposição de Regina atender às pautas políticas do presidente, aliados já apontam que ela é uma bomba prestes a explodir (leia abaixo). O próprio Olavo de Carvalho disse que foi uma “cagada” ter apoiado a escolha da artista para assumir a Cultura.

Segundo Vera Magalhães, Bolsonaro deve inclusive reverter a nomeação de Marcos Teixeira Campos como presidente da Funarte, após perfis bolsolavistas nas redes sociais apontarem que ele seria ligado ao PSOL.

Reação de aliados contra Regina Duarte

Empossada, nesta quarta-feira (4), como titular da Secretaria Especial da Cultura), Regina Duarte é considerada por aliados de Jair Bolsonaro como uma bomba-relógio prestes a explodir.

De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a atriz é vista como imprevisível e pouco comprometida com compromissos políticos importantes para o presidente.

Ainda segundo a publicação, a primeira crise é prevista para os próximos dias, pois, após várias demissões, a nova secretária sinalizou que pretende exonerar ainda mais funcionários do órgão, sendo todos ligados a apoiadores de Bolsonaro. Entre as pessoas na mira estão indicações do deputado Marco Feliciano (sem partido) e de Olavo de Carvalho, guru ideológico da família do presidente.

A coluna pontua, no entanto, que a atriz já teve sua primeira derrota, já que ela queria desligar Sérgio Camargo da Fundação Palmares, mas, além de não ser demitido, nesta semana ele postou foto ao lado de Bolsonaro nas redes sociais. Diante de seus primeiros atos, Regina Duarte já tem sido atacada por olavistas e pelo próprio Olavo.

Apesar do presidente ter garantido  diversas vezes que deu carta branca à atriz para gerir a Cultura, um integrante do governo afirmou à publicação que a gestão Bolsonaro tem bandeiras claras e que a secretária terá que aderir a elas, não o contrário.

FolhaPress – Foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil