A farmacêutica americana Pfizer e a empresa alemã Biontech iniciaram um estudo internacional para testar a segurança e a eficácia de sua vacina contra a covid-19 em mulheres grávidas, informaram as duas companhias nesta quinta-feira (18/02).

As primeiras voluntárias já receberam a primeira dose da vacina nos testes clínicos, que deverão envolver um total de 4.000 grávidas saudáveis com mais de 18 anos.

O estudo será realizado em nove países, incluindo o Brasil. As demais nações são Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile, Moçambique, África do Sul, Espanha e Reino Unido.

William Gruber, vice-presidente sênior de pesquisa clínica e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, afirmou que gestantes possuem um risco maior de desenvolver condições graves da covid-19. Mulheres infectadas também têm taxas mais altas de complicações na gravidez, como parto prematuro, em comparação com gestantes não infectadas.

Por isso “é fundamental que desenvolvamos uma vacina que seja segura e eficaz” para elas, declarou  o médico em comunicado.

As mulheres voluntárias do estudo receberão a vacina ou placebo entre as semanas 24 e 34 da gestação, com a aplicação de duas doses em um intervalo de 21 dias entre uma e outra – o mesmo regime usado nos ensaios clínicos com a população em geral.

Logo após o parto, as mulheres que receberam placebo nos testes terão a oportunidade de obter a vacina verdadeira, enquanto permanecem parte do estudo, disseram as empresas.

O estudo irá avaliar os efeitos nos bebês por cerca de seis meses, checando a segurança e também se eles receberam anticorpos de suas mães na gravidez. Segundo Gruber, a Pfizer espera ter os resultados dos testes no quarto trimestre de 2021.

Na semana passada, os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, agência do governo americano, pediram uma maior inclusão das grávidas e lactantes nas pesquisas de vacinas contra a covid-19.

Nos EUA, os reguladores exigem que as empresas farmacêuticas conduzam estudos de segurança primeiro em animais grávidos antes de a vacina ser testada em gestantes humanas, para garantir que o imunizante não prejudicará o feto ou provocará aborto espontâneo. A Pfizer e a Biontech informaram que esses estudos foram concluídos sem apontar qualquer risco.

Vacina da Pfizer-Biontech

A vacina da Pfizer-Biontech foi a primeira contra a covid-19 a ser aprovada para uso emergencial em países ocidentais, ainda no ano passado, e vem sendo usada em várias nações, incluindo Estados Unidos e os membros da União Europeia.

Em estudos com a população em geral, o imunizante apresentou eficácia global de 95% contra o coronavírus.

No início de fevereiro, a Pfizer solicitou o registro definitivo do imunizante às autoridades brasileiras. Se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder o registro, a vacina poderá ser distribuída e comercializada no país.

No momento, a farmacêutica americana ainda conduz estudos de fase 3 da sua vacina na população brasileira, envolvendo um total de 2.900 voluntários.

 

Fonte: Deutsche Welle (DW)