As obras de recuperação e restauração do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho em Caboto (Candeias), uma das 13 intervenções do Prodetur Nacional Bahia, foram apresentadas pelo secretário estadual do Turismo, Fausto Franco, a outros secretários de Estado e representantes de federações baianas, no último domingo (8).

Tanto a área do museu, como o atracadouro que dá acesso marítimo ao seu conjunto arquitetônico, estão ganhando nova estrutura para receber os visitantes, que podem chegar por mar ou por terra. Além de espaço museal, o complexo, situado na área do histórico Engenho Freguesia, abrigará restaurantes, lanchonetes, minigalerias, miniconvention, praça, cerimonial e salas multiuso, entre outros equipamentos.

“Esta é a maior obra do Prodetur e com ela queremos mostrar o novo modal que o Governo do Estado está dando à Baía de Todos-os-Santos, que vai possibilitar o incremento do turismo e da economia”, disse Fausto Franco.

“O objetivo é lançar uma chamada pública para que parte da gestão deste complexo seja concedida à iniciativa privada”, explicou o presidente do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), João Carlos de Oliveira, que participou da apresentação, ao lado do secretário do Turismo.

A visita, que reuniu, entre outros, os secretários de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, e da Fazenda, Manoel Vitório; os presidentes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), Carlos de Souza Andrade, e da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Antônio Ricardo Alban; o diretor da Cimatec, Leone Peter, e o historiador Chico Senna, começou pelo atracadouro, equipamento que está sendo requalificado com investimentos em torno de R$ 3 milhões. As obras estão a cargo da empresa Belov.

Em seguida, o grupo foi apresentado à área da antiga fábrica, espaço de 3.200 metros quadrados que ainda conserva seus pilares do século 17; à capela, cujas obras de arte estão sendo restauradas, e o casarão de 2.300 metros quadrados, onde moravam o senhor do engenho e seus familiares.

Casarão

O parque tem área total de 26 mil metros quadrados e encontra-se com 60% das obras concluídas. São 142 funcionários trabalhando, com previsão de conclusão para o final de março de 2021. O investimento no complexo é de mais de R$ 23 milhões e as obras são do consórcio AXXO/Mehlen.

O prédio, que no passado foi a casa grande de um importante engenho de açúcar, transformou-se em 1971 no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho e hoje faz parte do lote um de intervenções do Prodetur Nacional Bahia, para ser integrado ao roteiro náutico e cultural desta zona turística. O sítio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A construção possui quatro andares e 75 cômodos, incluindo a capela lateral, e conserva a arquitetura original. Foi desenvolvida em torno de dois pátios, para os quais estão voltados quartos, salas e alcovas. O acervo do museu possui mais de 200 peças, entre roupas, paramentos, pinturas, cerâmica, objetos decorativos e mobiliário, produzidos a partir do século 17.

O historiador Chico Senna explicou que a área do antigo Engenho Freguesia, com seu casarão e capela em estilo barroco, fornecem uma visão de como funcionava a sociedade senhorial e seus costumes no período do Brasil Colônia, com espaços específicos para os escravos e para as mulheres.

“Este lugar não é só para quem gosta de história, mas para quem gosta do Brasil, pois agrega monumentos arquitetônicos preciosíssimos e também o meio ambiente, num cenário completo e fantástico”, afirmou.

Fonte: Ascom/Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR)