Assim, caso não surja nenhuma vacina nova nos próximos meses, o isolamento se estenderá pelo segundo semestre.
JornalGGN Qualquer cenário econômico tem que partir da análise básica: quanto tempo irá dura o isolamento social. É o ponto central. Esse ponto de partida é que definirá o tamanho da recessão pela frente, o prazo em que a economia irá se recuperar, os problemas de desemprego, tensão social e política.
Os indicadores não sugerem vida fácil pela frente. Os erros na condução das políticas de saúde e economia tornaram o Brasil o país mais vulnerável do mundo, ao lado dos Estados Unidos – não por coincidência, ambos presididos por políticos negacionistas e sem nenhuma empatia com o destino de seus cidadãos.
O cenário mais provável é o seguinte:
- Período de flexibilização em curso.
- Retomada da curva de casos notificados.
- No momento seguinte, aumento de óbitos como consequência do aumento de casos.
- Recuo dos governadores, em relação ao isolamento, em um vai-e-vem que estenderá por meses o prazo de combate ao Covid-19.
Assim, caso não surja nenhuma vacina nova nos próximos meses, o isolamento se estenderá pelo segundo semestre.
As estatísticas atuais mostram os seguintes números:
Na curva de casos por 100 mil habitantes, Brasil e Estados Unidos continuam em franca ascensão.Como previsto aqui, nos últimos dias, a maioria dos Estados registrava alta de casos. Depois da onda de casos, vem a onda de óbitos. Ontem, na média dos últimos 7 dias, em 15 Estados havia alta de óbitos, contra 9 em queda, e o restante estável.Nos quadros, a situação de 4 estados. São Paulo e Rio de Janeiro, onde a Covid começou, continuam registrando elevação nas ocorrência – especialmente São Paulo. Abaixo, Distrito Federal e Goiás, dois estados em que os governadores flexibilizaram a quarentena e, logo em seguida, houve aceleração do crescimento, exigindo novo isolamento.
Esse quadro é agravado pela absoluta incompetência de Paulo Guedes em fazer dinheiro chegas às pequenas e micro empresas. Até agora, cumpriu um roteiro de erros sobre erros.
- Liberou reservas para os bancos supondo que iriam conceder crédito. O crédito foi apropriado por grandes empresas, com mais garantias. Sem perspectiva sobre o prazo de retomada da economia, e sobre as empresas que sobreviviriam, o dinheiro não saiu. Pelo contrário, as exigências pedidas passaram a ser muito mais severas.
- Os bancos passaram a montar um filtro inverso. Passaram a recusar crédito especial para as pequenas empresas mais saudáveis, para mantê-las em suas linhas tradicionais de crédito, a juros elevados.
- Depois de três meses, e milhares de CNPJs desaparecidos, anuncia uma linha de baixo custo, com o BNDES bancando parte do risco. Vai apenas acelerar a lógica de sonegar recursos para os melhores clientes e não emprestar para os piores.
Nos próximos meses, à multidão de desempregados e vulneráveis, se somarão milhares de pequenos empresários jogados na rua pela política genocida de Bolsonaro-Guedes.
Há dois cenários pela frente. O cenário mais otimista será com a queda rápida de Bolsonaro e sua substituição por um governo de conciliação nacional.
A demora em sua queda aumentará a tensão social, política, abrindo espaço para qualquer autoritário mais talentoso que Bolsonaro.