Dora Ramos*

Não podemos negar que precisamos de dinheiro. Afinal de contas, precisamos pagar os boletos, que não param de chegar. Mas, organizar o orçamento para não se atrapalhar, não é uma tarefa tão simples. Você já deve ter ouvido falar que para se dar bem na área das finanças pessoais, basta exercer o básico: gastar menos do que ganha, poupar, ter objetivos financeiros e um bom planejamento. Porém, isso tudo não é igual a uma receita de bolo e não funciona da mesma forma para todo mundo. Cada um se encontra em uma fase diferente quando se depara com essas sugestões de organização financeira.

A partir da Programação Neurolinguística (PNL) é possível observar que a forma de administrar o dinheiro difere de pessoa para pessoa, pois abrange um conjunto de fatores de como cada indivíduo pensa e direciona seus pensamentos para suas ações, a partir do reflexo das emoções de cada um. Existem vários exemplos que demonstram isto.

Quem nunca ouviu alguém dizer: “eu mereço, trabalho para isso”, principalmente quando se trata de algo caro e que foge do orçamento, mais conhecido como gastos supérfluos? A ideia de merecer e de se permitir abrir o bolso para este tipo de gasto e a sensação de recompensa imediata são dois fatores cruciais que levam ao maior problema das pessoas: o descontrole financeiro. Essa é uma das justificativas mais usadas pelas pessoas que vivem endividadas, quando, na verdade, o ideal seria fazer um esforço para poupar.

Outro exemplo é dizer: “não entendo de finanças”. Ainda que você não seja um especialista no assunto, com certeza sabe o básico. Melhor dizendo, você sabe quanto ganha, quanto paga em contas essenciais e quanto poderia gastar com lazer e entretenimento. Porém, é bastante comum que as pessoas acabam gastando mais do que recebem, principalmente com um cartão de crédito à mão, comprometendo todo orçamento.

Para muitos a simbologia de poder que o dinheiro traz pode levar ao descontrole financeiro, mesmo para os que possuem uma conta bancária recheada, o consumo pode representar uma necessidade de autoafirmação. Para outros, é uma forma de manter ou se identificar com o grupo que está inserido, mesmo uma conta bancária incompatível com este estilo de vida.

Usar o dinheiro para seu bem estar não é um problema, mas quando os gastos começam a interferir na vida das pessoas de forma pejorativa, é preciso tomar cuidar. Só percebemos o conflito das finanças e as emoções quando as consequências são desastrosas, depois de estourar o cartão de crédito, o atraso de contas de consumo, aluguel, culminando no acúmulo de dívidas. O mais importante é buscar compreender a relação entre o dinheiro e suas emoções, comece a repensar em como você está cuidando das suas finanças e economias. Se for preciso, converse com um profissional, contadores e consultores financeiros não são apenas para grandes empresas ou milionários, estamos aqui para auxiliar as pessoas sair das dívidas e uma vez por todas e ter uma vida mais tranquila, sem a pressão de ligações de cobrança e boletos que não acabam mais.

*Dora Ramos é consultora contábil & terapeuta holística com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial.