Um representante do Talibã afirmou que o grupo tomou posse do distrito de Panjshir no Afeganistão, onde se encontrava resistência aos militantes que tomaram o país após a saída da OTAN.

O Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) controla totalmente o distrito de Panjshir no Afeganistão, disse o porta-voz Bilal Karimi.

“O maior distrito de Panjshir [Paryan] ficou completamente sob o controle dos mujahideen [Talibã]. Paryan é o segundo distrito depois de Shutal a ficar sob controle”, escreveu Bilal Karimi, porta-voz do Talibã, no Twitter.

Uma fonte na sede policial em Cabul, Afeganistão, confirmou o relato do movimento.

“O distrito de Panjshir caiu, todos os homens ou soldados da resistência foram capturados pelos combatentes. Amrullah Saleh [autoproclamado presidente interino afegão] e Ahmad Masood [líder da resistência] fugiram”, contou a fonte.

Saleh, no entanto, lançou uma mensagem em vídeo dizendo que ainda está em Panjshir, e que a resistência não tem intenção de se render.

Uma fonte da Sputnik informou ainda que há combates ferozes no desfiladeiro de Khavak e em Shotol, e que os talibãs ainda não entraram no desfiladeiro de Panjshir. No norte, no distrito de Paryan e no desfiladeiro de Anjuman não se ouvem tiros, e a situação está calma. O distrito de Paryan, o desfiladeiro de Anjuman, e Karan-o-Manjan em Badakhshan, seguem sob controle da Frente de Resistência, relatou fonte da Sputnik.

Fahim Danesh, representante das forças de resistência, também negou a tomada de Panjshir pelo Talibã.

Testemunhas referiram à Sputnik que ocorreram disparos nas províncias de Cabul, Parwan e Kapisa.

No início de agosto o Talibã acelerou seu avanço sobre o Afeganistão, e tomou Cabul em 15 de agosto, no mesmo dia em que se iniciaram evacuações em massa da capital do país.

As forças da OTAN têm gradualmente saído do Afeganistão depois que Donald Trump, ex-presidente dos EUA (2017-2021), assinou em fevereiro de 2020 um acordo com o Talibã prometendo acabar com a missão militar no país. No entanto, o novo presidente Joe Biden adiou por alguns meses a saída, apontando 11 de setembro de 2021, data do 20º aniversário dos ataques terroristas de 2001, como a data limite simbólica para a ação.

A saída foi completada oficialmente na segunda-feira (30), apesar de permanecerem no Afeganistão alguns efetivos militares da OTAN e afegãos que queriam abandonar o país.

Fonte: Sputnik Brasil