Valci Barreto*

A falta de respeito, de educação, da má formação , agressividade como dirigem os motoristas brasileiros é tema corriqueiro ,situação que é  agravada   quando  se fala de taxistas e motoristas de ônibus.

Este artigo limita aos motoristas de ônibus de Salvador.

Há um consenso de que os taxistas  têm melhorado, não sendo o mesmo entendimento em relação aos de ônibus urbanos.

Além das agressividades já conhecidas, dos motoristas de ônibus, com freadas e curvas bruscas; paradas fora do ponto para forçar passageiros a correrem em sua direção; forçada de ultrapassagem; desrespeito a direito de preferência, mais uma maldade foi incorporada a uma boa parte destes motoristas, o que é lamentável: trata-se das agressões, desrespeito aos idosos e deficiente.

Com as dificuldades para estacionar e preços elevados dos estacionamentos, mais gente está se deslocando em ônibus.

Com a implantação do metrô, de fácil acesso ao Forum Rui Barbosa, e Forum do Imbui, muitos advogados , servidores, partes, têm-se deslocado em ônibus  até os terminais de metrô.

Sou um dos que fiz esta opção. De onde moro, para deslocar-me até o Fórum ,não tenho qualquer motivo para ir de carro, moto ou bicicleta. Tenho todas as facilidades para ir de ônibus e metrô.

Esta minha opção tem-me permitido testemunhar a brutalidade de um bom número de motoristas de ônibus quando sentem a presença de um idoso ou portadores de limitações físicas.

Eu mesmo já fui vítima em pelo menos duas ocasiões, como certamente serei em outras. Mas pude me defender em ambas situações sem maiores consequências.

Óbvio que não estou preparado para um embate físico com este profissionais , nem sou maluco de portar arma de fogo ou branca para defender-me dos ataques.

Recentemente presenciei o seguinte fato, que é por demais comum: um idoso ingressou em um ônibus sem verbalizar um bom dia, mas estando em seus gestos a presença de gentilezas de de cortesias , de simplicidade no trato. O motorista, tal qual pitubull treinado para matar, ficou repetindo:”boa tarde, boa tarde, boa tarde”.

O idoso, que também não era bobo, encarou o agressor com firmeza, com olhar de furacão e ambos perceberam que não insistirem nas agressões era o melhor a fazer.

Logo em seguida, um outro idoso ingressou no mesmo ônibus, deu o boa tarde e o motorista, enfezado, não respondeu.

Ouvi, então, o seguinte diálogo entre os dois:

Se dermos bom dia, eles, motoristas, não respondem e se não dermos  eles ficam numa posição de ataque,  repetindo: bom dia , bom dia bom dia, aumentando a voz.

ONIBUS DE LAURO DE FREITAS DIZEM QUE VAO PARA A LAPA ,

MAS NÃO É PARA A LAPA.

Os ônibus que vêm de Lauro de Freitas, com a placa LAPA, está enganando os passageiros.

Na verdade, eles param no vale dos barris, obrigando os usuários a percorrerem a pé uma grande distância até o terminal, ou os deixam no Orixás Center.

Imagine alguém  com programação rígida de horário, ter que se deslocar até o Terminal da Lapa, sobretudo  sob sol ou  chuva.

CADÊ PREFEITURA, MINISTÉRIO PÚBLICO?

Quando se presta,  divulga um tipo de informação ou alguém se vê diante de uma situação desta, a reação mais comum é perguntar : CADÊ A PREFEITURA, CADÊ O MINISTÉRIO PUBLICO, cadê a Justiça?

Ora meu povo, vamos aprender a lidar e nos defender destas agressões como autoriza a lei: de imediato, sem ter que ocupar os órgãos públicos, já abarrotados de processos, com estas coisas.

VAMOS APRENDER, INTELIGENTEMENTE A NOS DEFENDER.

A lei autoriza a auto defesa e traça seus caminhos para não sair da legalidade. O cidadão agredido tem o direito de se defender de imediato e na proporção suficiente para a sua defesa.  Então, se fizerem cara feia , reaja de imediato na mesma proporção.

Se pedirem o bom dia com grossura, responda com delicadeza: `´não desejo um bom dia ao senhor não , meu caro. Você não merece.´´ Por aí…

Deixar estes profissionais, que diga-se compromete a imagem da categoria, é que o cidadão não deve permitir.

Se deixarmos, a brutalidade cresce. E eles não estão nem aí para justiça, polícia, de tão protegidos que se acham pelos poderes que exercem os empresários da área.

O EXERCÍCIO LEGITIMO DO DIREITO CABE EM QUALQUER LUGAR ONDE OCORRA AGRESSÕES.

O exercício da cidadania não é para ser praticado somente dentro dos fóruns, diante de juízes, de delegados, promotores. O exercício do direito cabe em qualquer lugar e hora. Basta que seja usada a reação que a lei nos permite.

De nada irá adiantar um juiz, promotor, delegado, dizer para estes  profissionais mau educados  o que eles devem fazer, como devem-se  comportar. Eles sabem.

Então, que os cidadãos encontrem formulas inteligentes de se defenderem, sobretudo de muitos que não param nos pontos quando sentem a presença de idosos ou deficientes.

Já ouvi conversas de que os motoristas agem assim por ensinamentos , ordens que lhe são passadas por prepostos das empresas. O comportamento é tão uniforme, que não dá para duvidar.

O pior desta prática é o que sai do mal exemplo: estes motoristas, que não representam a maioria da classe da honrada profissão,  estão ensinando aos seus filhos, aos seus futuros colegas a seguirem o mal exemplo.

E de nada poderão reclamar quando, ao chegarem à velhice ,  receberem o mesmo ou pior tratamento do que o que hoje  destinam aos seus passageiros.

*Valci Barreto é advogado e jornalista.