A diretoria plena da União Brasileira de Estudantes Secundaristas elegeu Rozana Barroso (foto), estudante pré-vestibular, para presidir a entidade que representa 42 mil estudantes do ensino fundamental, médio e pré-vestibular. A mesma reunião convocou o Dia Nacional de Luta pelo adiamento do ENEM.

Estudante mulher, negra e feminista

Rozana Barroso assume a UBES até o próximo congresso da entidade, previsto para este ano e adiado devido à pandemia do Covid-19.

“Esta gestão provisória tem o desafio enorme de continuar propondo caminhos de solidariedade e justiça em uma crise muito grave e inédita até que as eleições da UBES possam ocorrer em segurança”, afirma Rozana. A decisão da diretoria plena  por adiar o 43º Congresso, coloca a saúde e a vida da população em primeiro lugar.

Diante de tantas situações adversas, Rozana diz confiar ainda mais na força de meninas e meninos secundaristas para lutar contra injustiças e propor novos caminhos para o país, sem deixar ninguém para trás. Mulher, negra e feminista, ela assume a presidência após a primeira gestão com a mesa diretora 100% negra.

#ADIAENEM

A UBES convoca, para 15 de Maio, o Dia Nacional pelo Adiamento do ENEM e pelo boicote ao Ensino a Distância, conforme aprovado pela Diretoria Nacional da entidade. Segundo Pedro Gorki, a manutenção do exame na data original, definida antes da pandemia do Covid-19, vai prejudicar milhares de estudantes que estão sem aulas. As condições de participação dos estudantes das escolas públicas e mais pobres já são mais difíceis mesmo em condições normais. A pandemia amplia as desigualdades sociais. Milhares de estudantes não tem acesso à internet ou outras formas de estudar para o Enem. “Se temos no Brasil um número alarmante de desempregados e submetidos ao subemprego, a maioria dos estudantes secundaristas não tem a mesa, o celular nem o computador presente no comercial inadmissível do Ministério da Educação, que age como se todos tivessem essa mesma estrutura para aulas a distância. Por isso, a permanência dessa data é um empecilho para a realização do sonho da juventude em conseguir entrar na universidade”, afirma.

Ainda assim, o ministro Abraham Weintraub, de forma irresponsável, orienta a permanência do Exame Nacional do Ensino Médio ignorando a realidade de que o número de mortos chegam a mais de 600 por dia, fazendo assim, coro com o Presidente da República que chama de gripezinha um dos piores momentos da humanidade.

Neste 15 de maio completa-se  um ano do Tsunami da Educação, um momento histórico para o movimento estudantil que derrotou os cortes e o início do pesadelo dos inimigos da educação. Para a nova presidente da UBES, Rozana  Barroso, esse é o momento de organizar a juventude do Brasil contra as injustiças e as desigualdades. “Por isso, neste dia, vamos ocupar as redes em resistência pelos sonhos e o futuro dos estudantes em um grande ato para adiar o ENEM e denunciar a irresponsabilidade de Weintraub”, diz Rozana.

Neste ano, a UBES já mobilizou os estudantes pelo auxílio emergencial e merenda escolar durante a quarentena, como forma de garantir a alimentação e amparo às famílias mais pobres.

Em breve, a entidade divulgará novas informações para a mobilização dos estudantes. Por enquanto, o dia será composto por tuitaços, campanhas de interação e debate virtual sobre a questão do ENEM e a democratização do acesso à universidade.