A maioria do Ocidente critica a Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota de Pequim, que busca impulsionar o comércio na Ásia e além fronteiras, enquanto investe na infraestrutura de transporte de outros países.

Tal crítica tem base no fato dos Estados ocidentais acreditarem que o gigante asiático está usando esses investimentos para fazer com que os governos desses países fiquem dependentes de Pequim.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o lançamento do “Global Gateway” (“Portão Global”), uma iniciativa que busca levantar as barreiras globais ao comércio de bens e serviços.

“Queremos tornar o ‘Global Gateway’ uma marca de confiança em todo o mundo. Construiremos parcerias do Global Gateway com países de todo o mundo […] Queremos investimentos em infraestrutura de qualidade, conectando bens, pessoas e serviços ao redor do mundo”, declarou von der Leyen.

Contudo, este novo projeto parece se assemelhar bastante à Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota que Bruxelas – e o resto do Ocidente – tanto critica. De igual modo, também foi projetado para levantar barreiras ao fluxo de mercadorias, especialmente exportações da China.

O discurso de Ursula von der Leyen, no entanto, prestado na quarta-feira (15), enfatizou que o novo projeto europeu não é nada parecido com seu análogo chinês.

“Queremos criar vínculos e não dependências! Somos bons no financiamento de estradas. Mas não faz sentido para a Europa construir uma estrada perfeita entre uma mina de cobre de propriedade chinesa e um porto de propriedade chinesa. Temos que ser mais inteligentes quando se trata de investimentos deste tipo”, disse a presidente da Comissão Europeia.

Von der Leyen acrescentou ainda que a UE está entrando em uma “nova era de hipercompetitividade”, que, segundo ela, é caracterizada por alguns atores que não pararem por nada afim de “ganharem influência”, referindo-se, supostamente, a Pequim.

Por sua vez, a China tem rejeitado fortemente todas as alegações vindas do Ocidente sobre seu projeto, sublinhando a importância de manter o comércio livre.

Fonte: Sputnik Brasil