Todas as 10 mil mamografias disponibilizadas pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para as mulheres de 40 a 69 anos, residentes em Salvador, até 13 de novembro, já foram agendadas. O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, credita o sucesso da iniciativa ao apoio da imprensa na divulgação, bem como a busca ativa das mulheres que realizaram o exame há dois anos, que é o tempo adequado para um novo rastreamento.

O rastreamento do câncer de mama é parte da programação da Sesab para o Outubro Rosa, movimento internacional que estimula empresas, população e entidades a trabalhar na detecção precoce e tratamento do câncer de mama. Os agendamentos foram realizados pela internet ou pelo telefone 0800-071-4000, que funcionava de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

“A principal causa de morte por câncer entre mulheres se dá pelo câncer de mama e o diagnóstico precoce pode levar à cura. Além disso, quando precocemente descoberto pode-se evitar o procedimento cirúrgico de retirar a mama por completo, o que, para algumas mulheres, é como uma mutilação, ou ainda evitar procedimentos complementares como quimioterapia ou radioterapia, aumentando a sobrevida dessas pacientes e reduzindo a morbidade”, afirma o secretário.

Para as mulheres que ainda pretendem fazer a mamografia e não agendaram o exame nas unidades móveis disponibilizadas pela Sesab, a recomendação é que busquem a secretaria municipal de saúde, que tem o dever de ofertar o serviço em diversas unidades durante o ano inteiro.

Câncer de mama

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, em 2020, serão 3.460 novos casos de câncer de mama na Bahia. Destes, 1.180 em Salvador. O Inca explica que o câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor.

Múltiplos fatores estão envolvidos na etiologia do câncer de mama, assim explicam os especialistas do Inca, entre eles estão: idade da primeira menstruação (menor do que 12 anos); menopausa após os 55 anos; mulheres que nunca engravidaram ou nunca tiveram filhos (nuliparidade); primeira gravidez após os 30 anos; uso de alguns anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa, especialmente se por tempo prolongado; exposição à radiação ionizante; consumo de bebidas alcoólicas; dietas hipercalóricas; sedentarismo e predisposição genética.

Hoje os médicos recomendam a identificação da doença em estágios iniciais por intermédio das estratégias de detecção precoce, pautadas nas ações de rastreamento e diagnóstico precoce. A mamografia bienal para as mulheres na faixa etária estabelecida é a estratégia de rastreio indicada, enquanto o diagnóstico precoce é formado pelo tripé: população alerta para os sinais e sintomas suspeitos; profissionais de saúde capacitados para avaliar os casos suspeitos; e sistemas e serviços de saúde preparados para garantir a confirmação diagnóstica oportuna e com qualidade.

O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).

Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.

Fonte: Ascom/Sesab