A advogada Luciana Pires negou ter seguido as orientações de relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que foram produzidos para ajudar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a embasar um pedido de anulação do caso Fabrício Queiroz. De acordo com a defensora, as orientações, vindas do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, estavam fora do alcance da defesa, por envolverem ações do Poder Executivo.

“Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele (Ramagem) está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho controle”, disse ela em entrevista à revista Época. “Todo o material que ele (Ramagem) passou para a Abin foi eu que passei. (…) Eu mandei pronto para ele. Ele não descobriu nada. Inclusive, isso foi pauta na reunião”, acrescentou.

Segundo Luciana Pires, os dois relatórios vieram da Abin, com uma recomendação para que a defesa protocolasse uma petição na Receita Federal. O objetivo era solicitar formalmente os documentos que embasassem a suspeita de que o senador foi alvo de uma devassa ilegal por servidores do Fisco.

“Nenhuma orientação do Ramagem o Flávio seguiu ou me pediu para seguir. Eu não tenho contato nenhum com o Ramagem. Ele ia ajudar em quê? Ele não tem a menor ideia do que está acontecendo lá dentro (da Receita), eu tenho mais informação do que ele. Ele sugeriu esse monte de ação que ninguém seguiu nada”, disse.

Após a revelação de que a Abin produziu relatórios para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso Fabrício Queiroz, o governo Jair Bolsonaro criou uma estrutura dentro da própria agência para agir às escuras. Vários pedidos foram enviados, sem intermediários, de Ramagem para o agente Marcelo Bormevet.

 

Fonte: Brasil 247