Por Redação – Foto Reprodução/Al Jazeera

Vários manifestantes foram acusados na Nigéria de crimes graves, na última sexta-feira 1º de novembro, após participarem de protestos contra o alto custo de vida no país. Os réus,  29 adolescentes, podem ser punidos com a morte, de acordo com a Associated Press.

Os menores de idade têm entre 14 e 17 anos. Na visão do advogado Akintayo Balogun, que atua na Nigéria, “Levar menores perante um tribunal federal superior é errado, exceto se o governo for capaz de provar que todos os meninos têm mais de 19 anos”, explicou.

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A corte nigeriana estabeleceu uma fiança de 10 milhões de nairas (cerca de R$ 34,8 mil) aos réus. “Foram impostas condições rigorosas ainda não cumpridas”, afirma o advogado Marshal Abubakar, advogado de parte dos adolescentes. 7

Segundo ele, os adolescentes estão detidos há 90 dias sem comida.  Quatro deles desmaiaram de exaustão no Supremo Tribunal, antes mesmo que pudessem ser interrogados.

Yemi Adamolekun, diretor executivo da ONG nigeriana Enough is Enough criticou acusações. “A presidente do Supremo Tribunal da Nigéria deveria ter vergonha. Ela é uma mulher e uma mãe”, afirmou.

A  Nigéria adotou a pena de morte na década de 1970. O país africano não acompanha execuções desde 2016, de acordo com a Associated Press.

De acordo com a ONG Anistia Internacional, em agosto de 2024, pelo menos 21 pessoas morreram durante os protestos. As manifestações, que reuniram milhares de pessoas em todo o país, foram  duramente reprimidas pela polícia nigeriana, que utilizou gases lacrimogêneos e disparos para cima para afastar os manifestantes.