Lineia Fernandes*

Feira de Santana de tantos encontros e donde cruzam rodovias

Cidade do samba de roda e da maniçoba de lamber os beiços

Do inesquecível quebra-queixo

Feira de Santana das indústrias e do Feiraguay

Do comércio pujante

E onde nas ruas de tudo se compra e se vende mais

Feira de Santana festeira, dos amores de Micareta

Do povo que vem de toda parte e aqui senta moradia

Feira de Santana do tropeiro, do vaqueiro,

das quimeras, dos flamboyants e das muitas cantorias

Feira de Santana da chita colorida, engomada,

Da percata de couro e das boutiques grã-finas e modernizadas

Feira de Santana dos amores, dos bregas

Dos chamegos de esquina e das bodas de ouro também

Feira de Santana dos mingaus, de milho e tapioca

Dos carurus de sete meninos, dos churrasquinhos de gato

E dos becos espalhados

Feira de Santana do gado, dos açougues,

Do feijão verde e da goma que vira moda gourmet

Feira de Santana que era roça

E hoje na Getúlio

Cruzam a bicicleta, a BMW e a carroça

Feira de Santana do Fulô e dos Humildes

Do Santo Antonio dos Prazeres

Que não divisam nem Tomba

Feira de Santana do por do sol de cinema

Rasgando um céu alaranjado

Feira de Santana do céu lindamente estrelado

E dos amanheceres descortinados

Feira de Santana, és tantas e és única

Tanta é tua petulância e primazia

Que se floresçam em teu dia

As mais tenras alegrias

Nos corações do teu povo,

Renovadas esperanças pelo que virá!

Uma homenagem pelos 184 anos de emancipação política de Feira de Santana.

*Lineia Fernandes, jornalista, mestra em Comunicação; professora graduada em Letras Vernáculas