Por Confraria NB – Charge Bruno Aziz

Amor e pavor das PMs no Brasil

87,4% das mortes realizadas pelas polícias em 2022 no Brasil eram pretos e pardos, de acordo com os dados do estudo Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro, realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), e divulgado na quinta-feira (16), com base em estatísticas fornecidas pelas polícias do Rio de Janeiro, de São Paulo, da Bahia, de Pernambuco e do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará. A impressão que estes tristes números nos passa é que temos uma polícia racista. Mas como se grande parte dos soldados nas ruas são pretos e pardos enquanto os brancos estão nos cargos do alto comando? Preto sendo racista com preto? Sim! Porque internalizaram ideias dos brancos de que a pele escura é o alvo. Quem se lembra do episódio do PM preto sendo humilhado por um branco rico no condomínio de luxo em SP? Grande parte dos comentários nas redes sociais sobre este caso diziam que se fosse num bairro periférico este mesmo PM teria um comportamento violentamente diferente, não se importando se fosse com homem ou mulher, ou idosos. Fato fácil de comprovar com uma rápida pesquisa nas redes sociais sobre abordagem truculenta das polícias contra o povo preto e pobre.

Amor e pavor das PMs no Brasil II

Mas os soldados que em sua maioria que são pretos e pardos, também são oriundos em grande parte destes bairros pobres. Então, se não é racismo institucional que justifica tanta morte de pretos e pardos pelas mãos das polícias, o que é? Esses soldados são nossos irmãos e irmãs que escolheram enfrentar os horrores da violência enquanto descansamos sob as bençãos divinas das nossas orações noturnas. Rezamos todas as noites pelos bons guerreiros e guerreiras da segurança pública para que retornem para os braços das suas famílias após uma jornada de plantão completa. Mas nos apavoramos em pensar que os mesmos podem ver na cor da pele dos nossos filhos um alvo suspeito. E com um certo ódio implantado nos corações e mentes destes soldados, nossos filhos e filhas que correm por fora nesta injusta disputa social, sejam vítimas desse “ódio” e se tornem tristes estatísticas dos observatórios de segurança. Todo camburão tem um pouco de navio negreiro.

Que mancada

Sim, alguém tem muito o que explicar como Luciane Farias, a ‘Dama do tráfico’ amazonense esteve em reunião ministerial. E também o Conselho Nacional de Justiça tem muito o que explicar como ela participou de uma reunião para tratar sobre a questão prisional no estado do Amazonas. A dama do Tráfico tratando de questão prisional? Os bolsonaristas, claro, querem que o ministro Silvio Almeida preste esclarecimentos sobre o seu ministério ter arcado com os custos das passagens aéreas e diárias para Luciane participar de agendas do governo federal em Brasília. No caso do Silvio, é comum um gestor da sua importância receber uma pilha de documentos para assinar e, assinar sem ler. Basta que o seu chefe de gabinete ou assessor especial responsável pelo despacho, que é pago para ler, explique rapidamente do que se trata. Logo Silvio deve ter sido informado que se tratava de diárias de representantes para participar de tal agenda e que seriam beneficiados com os custeio das passagens e diárias pela pasta. Canetada rápida e segue para próxima e corrida agenda.

Que mancada II

A questão é: quem foi que deixou de fazer o dever de casa? Segundo Elias Vaz, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, o erro foi dele. “Eu quero lamentar esse episódio, dizer que, primeiro, se houve algum erro, esse erro foi da minha parte, por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu ia receber”, disse na última segunda-feira (14). Vaz assumiu a culpa por receber a indigesta visita. E quem vai assumir o erro por garantir o custeio com dinheiro público das passagens e diárias? Agora é responsabilizar os culpados e correr para combater as enxurradas de fake news bolsonaristas sobre o caso. Que mancada. E logo com Dino e Silvio.

Esquizofrenia bolsonarista

E foi para os Estados Unidos o senador Eduardo Bolsonaro, acompanhado de outros excelentíssimos senhores parlamentares delinquentes “patriotas” bolsonaristas, para denunciar supostos casos de corrupção e uma suposta política comunista que estaria em curso no Brasil. Os parlamentares brasileiros se encontraram com o deputado republicano George Santos, que está sendo acusado pela justiça norte-americana de fraude fiscal, lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas e de mentir perante o Congresso norte-americano. Esta Confraria não sabe o que é mais doentio. A fantasmagórica ideia comunista que os bolsonaristas têm do PT ou o fato de denunciarem corrupção para um acusado de corrupção?

Injustiça brasileira

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filha da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta. o caso de Mariana Ferrer e da jornalista Shirlei Alves, torna ainda mais evidente que o judiciário e os órgãos brasileiros de proteção de violência sexual contra mulheres querem que elas, Calice. O caso com uma adolescente de 15 anos em Nova Iguaçu, ocorrido no dia 3 de novembro, reforça essa tese. #BastadeViolenciaContraMulheres e #MachismoMata.

Ônibus ou carro do lixo

A maioria dos ônibus da capital são tão sujos e fedorentos que usuários desses veículos já se perguntaram: é ônibus ou carro do lixo? E não adianta o pivete do calabar dizer que tem investido em renovação da frota, que o BRT (ultrapassado) é isso ou aquilo de mais moderno na capital. Comparando com nossas batedeiras chamadas de buzu, o BRT pode ser moderno sim. O que importa mesmo é que milhares de usuários continuam enfrentando sol e chuvas em pontos indicados por um poste e uma placa, aguardando uns veículos extremamente barulhentos, imundos, com poltronas duras e danificadas, sofrendo um calor vulcânico e pagando muito caro. E não é desta década que o soteropolitano paga caro por carro ruim. Agora é esperar a “natalina” promessa de carros novos com ar-condicionados chegarem após mais uma mãozinha do povo que emprestou R$ 205 milhões através da prefeitura com as bençãos da Câmara, para empresas que operam o caótico serviço na capital.

Será que vai cair?

O Esporte Clube Bahia segue em mais um ano lutando contra o rebaixamento para série B do Brasileirão. Diferente das últimas décadas, este ano não faltou grana para montar um elenco forte para enfrentar a elite do futebol nacional. Com o bamba que tem no bolso e a forma que fizeram o torcedor sonhar, um décimo lugar na tabela coroava o novo momento do time. Entretanto, o que se vê jogo após jogo é que a maioria dos jogadores, profissionais, parecem não saber o básico do futebol. Mas esta Confraria entende que um personagem tem sido crucial neste formato de Bahia que temos nos últimos anos. A torcida! Sim, a torcida que faz festa para tudo quanto é pereba que entra no time e faz um gol. A torcida que não consegue diferenciar apoiar e fazer festa. Apoia o ano todo e só faz festa no final com resultado positivo alcançado. Será que internalizaram que o sofrimento é eterno e por isso fazem festa a cada miserável conquista realizada dentro de casa? Um campeonato de pontos corridos com 38 rodadas é tratado pela torcida como se cada jogo fosse uma final. O apoio tem que existir seguido de muita cobrança. A festa é só no final. E neste ano tem tudo pra ser um final infeliz.