TORNAMO-NOS UMA NAÇÃO CARETA

  DE MENTES APERTADAS E ANTOLHOS  

 

                                                                 Zédejesusbarreto, um escrevinhador sem amarras

 

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Tudo bem que você argumente;

Mas não aperte a minha mente !

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Revejo e relembro os anos 70, 80 do século passado: filmes, peças teatrais, novelas, programas ao vivo, seriados, especiais e humorísticos da tevê, canções, shows, exposições de arte, eventos, festas, a nossa publicidade, o jornalismo …

E concluo: – Como regredimos ! Emburrecemos? Ficamos caretas e obtusos. Perdemos a liberdade, a ousadia, a criatividade, o senso de humor perante a vida, as coisas desse mundo.  Francamente !

É como se estivéssemos agora atados, amordaçados pelo politicamente correto, condenados ao ativismo ideológico (gauche & droit), vigiados por patrulheiros vorazes que nos impingem uma auto censura surda e destruidora.

As bandeiras e o mercado nos comandam. Deletam nossos sonhos.

E me pergunto: O que fizemos de nós, de nosso país, desta nação?

A luta, real, é por libertar nossos fazeres, dar asas à cultura, voltar a criar uma arte libertária, brasileira, nova, sem amarras, com os olhos adiante.

Essa caretice nos assassina cada dia.

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Apois …

Da patrulha para a inquisição é um pisco.

E temos uma esquerda militante papagaia, que nada reflete, só repete.

Macaqueia.

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Quer saber?

– Nem Pátria, nem patrão !

– O mundo inteiro é a nossa casa.

– A Pátria é qualquer lugar em que trabalhemos

– Somos cidadãos do mundo !

– A terra é nossa! E nosso lema é a liberdade.

Pensamentando: – Seriam os manifestos anarquistas algo maior? Um farol?

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Neste Brasil, os togados se acham divindades:  deuses embargadores.

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Sou trabalhador submisso

Num bebo fora do serviço

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Só pra não dizer que não falei do ‘coronga’, que ainda nos acua …

Dois mascarados pela manhã, no elevador:

– e aí, como vai com esse loquidau?
– porra de loquidau… serve pra quê?
– oxe, pra salvar vidas, véi!
– pois eu ja tô é de saco cheio da vida!

Eu já ia recomendar a cloroquina, mas a porta abriu e me piquei.

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Para conhecer uma cidade, de verdade

É preciso entranhar-se nela, seu cheiro

E deixar que ela se entranhe em você, inteiro.

… A cidade é sua gente.

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Sejamos cidadãos, decentes.

 

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Zedejesusbarreto  / julho 2020