Pelo menos 170 pessoas morreram e outras 1.330 ficaram feridas após os atentados de quinta-feira (26) no aeroporto de Cabul. Treze militares dos EUA estão entre as vítimas fatais, com 15 outros sofrendo ferimentos.

O presidente norte-americano Joe Biden concedeu aos comandantes militares dos EUA autoridade total para atacar os terroristas do Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), um ramo do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), que atua no Afeganistão e Paquistão, informou a Casa Branca em um comunicado nesta sexta-feira (27).

“Nossos comandantes também atualizaram o presidente [Joe Biden] e a vice-presidente [Kamala Harris] sobre os planos para avançar com os alvos do IE-K. Os próximos dias desta missão serão o período mais perigoso até agora. O Presidente reafirmou com os comandantes sua aprovação de total autoridade de que precisem para conduzir a operação e proteger nossas tropas, e todos informaram que possuem os recursos que acreditam necessitar para fazê-lo com eficácia”, disse Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca.

De acordo com o comunicado, Biden foi informado de que o Exército dos EUA retomou suas operações de evacuação em Cabul, com “milhares de pessoas” sendo transportadas para fora do país “a cada poucas horas” e priorizando a evacuação de cidadãos norte-americanos.

Multidões se preparam para mostrar seus documentos às tropas dos EUA fora do aeroporto de Cabul, Afeganistão, 26 de agosto de 2021
© REUTERS Multidões se preparam para mostrar seus documentos às tropas dos EUA fora do aeroporto de Cabul, Afeganistão, 26 de agosto de 2021

Junto com Biden e o vice-presidente Harris, a reunião desta sexta-feira (27) teria incluído o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, os diretores da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos EUA, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e outros altos funcionários, bem como comandantes e diplomatas.

Atentado em Cabul

Na quinta-feira (26), pelo menos 170 pessoas morreram e outras 1.330 ficaram feridas após dois homens-bomba e pessoas armadas atacaram a multidão que está aglomerada fora do aeroporto de Cabul. Horas depois o grupo Daesh assumiu a responsabilidade pelo ataque. Treze dos mortos eram militares norte-americanos, disseram autoridades dos EUA.

Mulheres feridas chegam ao hospital para ser tratadas após explosões em Cabul, 26 de agosto de 2021
© AFP 2021 / WAKIL KOHSAR Mulheres feridas chegam ao hospital para ser tratadas após explosões em Cabul, 26 de agosto de 2021

Joe Biden informou nesta quinta-feira (26) que cerca de 7.000 pessoas deixaram o Afeganistão nas últimas 12 horas e mais de 100.000 nos últimos 11 dias. O presidente norte-americano reafirmou que os EUA vão deixar o Afeganistão em 31 de agosto: “Conhecendo a ameaça, sabendo que podemos muito bem ter outro ataque, os militares concluíram que é isso que devemos fazer. Acho que eles estão certos”.

Em discurso à nação na noite de quinta-feira (26), o presidente dos EUA informou aos norte-americanos que ordenou aos militares que “caçassem” os militantes por trás dos ataques ao aeroporto de Cabul. “Não seremos dissuadidos por terroristas. Não permitiremos que interrompam nossa missão. Continuaremos a evacuação”, disse Biden. O presidente reafirmou que pretende deixar o Afeganistão em 31 de agosto.

Fonte: Sputnik Brasil