O presidente Jair Bolsonaro foi internado na madrugada desta segunda-feira (03/01) no hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, para exames devido a uma nova obstrução intestinal.

A informação foi confirmada pelo médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Bolsonaro após a facada que o presidente levou no abdome em setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Macedo, que está nas Bahamas, afirmou que voaria para São Paulo nesta segunda-feira para tratar o presidente.

“Provavelmente, não será necessário cirurgia”, disse o médico, acrescentando que o quadro clínico de Bolsonaro é semelhante ao da última vez em que ele foi internado, em julho de 2021.

A realização ou não de uma cirurgia só será definida após Macedo examinar o presidente. À Folha, o médico disse que retornará ao Brasil em avião fretado pelo Vila Nova Star, que deve chegar em São Paulo por volta da meia-noite.

O hospital informou que o quadro de Bolsonaro é estável e que ainda não há previsão de alta. O hospital confirmou que o presidente foi internado por “suboclusão intestinal”, termo técnico para obstrução do intestino.

Segundo a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom), Bolsonaro deu entrada no hospital para a realização de exames após sentir um desconforto abdominal. “A Secom informa, ainda, que o presidente passa bem e que mais detalhes serão divulgados posteriormente, após atualização do boletim médico.”

O próprio Bolsonaro se manifestou pouco depois e declarou que começou a passar mal após o almoço de domingo. Ele acrescentou que deu entrada no hospital às 3h desta segunda-feira e que está com uma sonda nasogástrica.

Outras cirurgias

Desde a facada em setembro de 2018, Bolsonaro passou por seis cirurgias, quatro delas ligadas à facada.

Em 6 de setembro de 2018, dia da facada, médicos colocaram uma bolsa de colostomia em Bolsonaro.

Seis dias depois, em 12 de setembro de 2018, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emergência para retirada de aderências que estavam obstruindo as paredes do intestino delgado.

Pouco mais de quatro meses depois, em 28 de janeiro de 2019, ele foi internado para a retirada da bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito do intestino.

Em 8 de setembro de 2019, Bolsonaro foi operado para correção de uma hérnia na região do abdome. Esta foi a última cirurgia devido a ferimentos causados pela facada.

Em 30 de janeiro e 25 de setembro de 2020, ele foi internado e operado, respectivamente, para fazer uma vasectomia e para retirada de cálculo na bexiga.

Na última vez que foi hospitalizado, em julho do ano passado, o presidente ficou quatro dias internado no hospital Vila Nova Star para tratamento de uma obstrução intestinal. Na época, os médicos cogitaram uma nova cirurgia, que foi descartada depois que o intestino do presidente voltou a funcionar normalmente.

Férias interrompidas

A aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que levava Bolsonaro de Joinville, em Santa Catarina, onde o presidente passou alguns dias de férias, pousou no aeroporto de Congonhas no começo da madrugada e, de lá, a comitiva presidencial seguiu para o hospital.

Bolsonaro estava em São Francisco do Sul, no litoral catarinense, desde 27 de dezembro. Antes do Natal, o presidente ficou no Guarujá, no litoral de São Paulo, entre os dias 17 e 23.

O presidente foi alvo de críticas por não interromper a folga diante da grave situação na Bahia, onde mais de 660 mil pessoas foram afetadas por fortes chuvas, e 25 morreram nos últimos dias.

Segundo a imprensa brasileira, durante suas polêmicas férias, com direito a passeios de jet ski, moto e aglomerações, o presidente teve contato com o deputado federal Coronel Armando (PSL), que testou positivo para a covid-19 um dia após o encontro.

Fonte: Deutsche Welle (DW)