Por Redação – Foto Isac Nóbrega/PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por um acordo de anistia que abranja tanto ele quanto os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro afirmou, em entrevista a Revista Oeste, que a medida seria um passo importante para a pacificação do país e permitiria superar os conflitos relacionados às investigações da Polícia Federal (PF) contra ele, incluindo as acusações de tentativa de golpe de Estado em 2022.
“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. […] Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido”, declarou o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o relatório da PF que o identificou como um dos líderes de uma organização criminosa responsável por planejar o golpe, classificando o documento como uma “peça de ficção”. “Falar de golpe de Estado com general da reserva, 4 oficiais e um agente da PF é outra piada. […] Eles não querem pegar o Braga Netto, o Heleno, eles querem pegar eu mesmo. Acham que eu sou o grande mal da democracia”, disse.
Segundo o relatório divulgado pela PF na última terça-feira (26), Bolsonaro teria disseminado informações falsas sobre o sistema eleitoral desde 2019, buscado apoio das Forças Armadas e acompanhado de perto a execução de um plano coordenado por assessores, militares e membros do governo. Entre as ações planejadas pelo grupo estavam a execução do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e a prisão seguida de execução do ministro Alexandre de Moraes.
A PF indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas no inquérito, reforçando as acusações contra o ex-mandatário e sua suposta participação nas tentativas de subverter a ordem democrática.