Por Redação – Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

As investigações da Polícia Federal (PF) confirmaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planejou e atuou de forma direta no planejamento para impor um golpe de Estado no Brasil.

O inquérito policial, de quase 900 páginas, apontou que o liberal “tinha plena consciência e participação ativa” nas ações clandestinas conduzidas pelo grupo. Segundo a conclusão da corporação, o presidente “planejou, atuou e exerceu domínio de forma direta e efetiva” sobre o plano golpista.

O relatório final da investigação terminou com 37 indiciados por golpe de Estado. A retirada do sigilo e a divulgação do documento ocorreram nesta terça-feira (26), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O relatório foi enviado para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão avalia as provas e decidir se denuncia ou não os investigados.

A concretização do golpe não foi efetivada “por circunstâncias alheias à sua vontade”, diz o relatório da apuração da PF.

O ex-presidente foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, por propagar mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro. Além disso, ele foi indiciado neste ano pela PF em três inquéritos: sobre a venda de joias, falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19 e, por fim, pela tentativa de golpe de Estado.

No relatório, a PF relatou que “o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa”.

De acordo com o texto, os envolvidos na elaboração do plano de golpe contra à democracia brasileira, “realizaram práticas que visavam subverter a ordem constitucional e inviabilizar a transição democrática de poder. As ações clandestinas, organizadas e deliberadas, reforçam o caráter articulado das investidas contra as instituições democráticas”.

A investigação coloca Jair Bolsonaro como uma figura central no esquema golpista. Além da gravidade de tentar liquidar o processo democrático no Brasil, as evidências reforçam o comprometimento do grupo de romper com tentativa de ruptura institucional que, segundo os investigadores, teve início ainda durante o mandato presidencial.

As investigações começaram em 2021, com o inquérito das fake news. Militares, policiais federais, ex-ministros e o ex-presidente estão entre os indiciados.

Na operação mais recente da PF, realizada na semana passada antes da conclusão do inquérito, três militares e um policial foram presos sob suspeita de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.