O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (15) que Fabrício Queiroz era de “confiança” e costumava fazer pagamentos pessoais para ele.

Queiroz foi denunciado pelo Ministério Público como operador de um esquema de corrupção quando era ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O filho do presidente também é apontado pelo MP como líder do grupo que realizava prática conhecida como rachadinha.

O atual senador foi denunciado por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro

Segundo o presidente, Queiroz pagava contas para ele e era de “confiança”.

“Vamos apurar? Vamos, mas cada um com a sua devida estatura, e não massacrar o tempo todo, como massacram a minha esposa, quando falei desde o começo que aqueles cheques do Queiroz ao longo de dez anos foram para mim, não foram para ela. Eu dava 89… divide aí, Datena. R$ 89 mil por dez anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! R$ 750 por mês. O Queiroz pagava conta minha também. Era de confiança, tá?” disse Bolsonaro em entrevista para a Band.

Queiroz é ‘injustiçado’

De acordo com dados da investigação do MP, Queiroz e sua esposa, Marcia Aguiar, repassaram R$ 89 mil, por meio de 21 cheques, para conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, entre os anos de 2011 e 2016.

Bolsonaro disse ainda que não tem conversado com Queiroz, mas considerou ele um “injustiçado”. O presidente afirmou também que “parece que o maior bandido da face da Terra é o senhor Flávio Bolsonaro”.

“Desde quando instaurou o processo, eu não tenho conversado com ele. Agora, ele tá sendo injustiçado também. Por que? Tem que ser investigado e dar a devida pena se for culpado, e não prender a esposa… Quebraram o sigilo de mais de 90 pessoas, não tem cabimento isso. Parece que o maior bandido da face da terra é o senhor Flávio Bolsonaro”, disse.

‘Me atingir politicamente’

O presidente argumentou que a investigação sobre o caso de corrupção que envolve Queiroz e seu filho tem interesses políticos.

“Se tem a sua culpa [de Flávio], que se apure e se puna, mas não dessa forma, tentando me atingir politicamente em todo o momento”, justificou.

Apesar de Queiroz ter faltado depoimento marcado no MP por duas vezes, Bolsonaro disse que não haveria interesse em ouvir sua versão.

“A questão do Queiroz, tá? O Queiroz, eu conheço ele há 30 anos, foi meu soldado na Brigada Paraquedista, nunca tive problema com ele. Daí aconteceu esse caso. Até hoje, ele não foi ouvido ainda. E é lógico, porque parece que não interessa ouvir, interessa é ficar desgastando, ficar sangrando, o tempo todo agindo dessa maneira”, afirmou.

Caso Abin

Bolsonaro também se defendeu das acusações de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria produzido relatórios para ajudar a defesa de Flávio.

“Você vê essa questão aí da Abin. Estive com o general Heleno [Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional] e perguntei: ‘Alguma coisa foi feita?’. Ele falou: ‘Não’. Como na semana passada, retrasada, falaram que eu queria interferir na Receita Federal. A Receita Federal, se vazou alguma coisa, não tem mais nada o que vazar agora, já está tudo vazado”, disse.

Fonte: Sputnik Brasil