Foto: José Cruz/Agência Brasil

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, se reuniu hoje de manhã com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Palácio da Alvorada. De lancha, eles seguiram para evento da Marinha, no qual Moro será condecorado.

A conversa acontece mais de 24 horas após o vazamento de mensagens privadas entre Moro, quando era juiz federal responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, e integrantes da força-tarefa que podem colocar em xeque sua isenção nos processos.

Moro chegou ao Alvorada por volta das 9h15 em carro com vidros escuros sem falar com a imprensa. O ministro e o presidente ficaram a sós por não mais do que 45 minutos, pois, por volta das 9h50, embarcaram na lancha Amazônia da Marinha na marina privativa do Palácio da Alvorada. A embarcação seguiu para o Grupamento de Fuzileiros Navais, também situado às margens do Lago Paranoá.

Inicialmente, o encontro não estava previsto na agenda nem de Bolsonaro nem de Moro. No início da tarde, o presidente segue para São Paulo, onde terá compromissos na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O evento na Marinha começou pouco após às 10h e 180 pessoas, civis e militares, brasileiras e estrangeiras serão condecoradas com a medalha do Ordem do Mérito Naval. Além de Moro, entre os condecorados estão outros 13 ministros, o advogado-geral da União e o presidente do Banco Central, estes últimos com status de ministro.

Confiança

Ontem, Bolsonaro se manifestou brevemente sobre o caso e ressaltou apoio ao ex-juiz federal. “Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro”, disse o presidente.

Mais cedo, no começo da noite, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que “jamais foi tocado” no assunto de uma eventual renúncia ou demissão de Moro.

As mensagens publicadas pelo site The Intercept Brasil indicam suposta interferência de Moro em ações conduzidas pelo MPF (Ministério Público Federal). A força-tarefa da Lava Jato confirmou o vazamento das mensagens, mas disse que não há nenhuma ilegalidade revelada pelo conteúdo.

Foram divulgados trechos de conversas de grupos da força-tarefa no Telegram, aplicativo de mensagens, que teriam sido trocadas entre 2015 e 2018 e obtidos pelo site com uma fonte anônima.

Fonte: UOL