Por Redação – Foto Filipe Araújo/MinC
Artistas baianos se reuniram, na quarta-feira (27), na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, para debater a Dia Nacional do Axé Music e o Dia da Compositora e do Compositor Brasileiro.
Na ocasião, os cantores Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Sarajane, Márcia Short, Robson Moraes, da Banda Mel, Rafael Barreto – da Banda Jammil – e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, discutiram a importância do ritmo musical para a diversidade cultural no Brasil. A iniciativa é da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA).
Em sua fala, Margareth Menezes, destacou a relevância do reconhecimento do Axé Music no cenário nacional.
“O Axé Music reflete a história do nosso povo negro, nossa origem e referências que precisam ser respeitadas. Nossa música fala sobre resistência, história e futuro. Celebrar os 40 anos desse movimento é celebrar nossa identidade e nossa alegria, que chamamos de Bahia”, afirmou.
A deputada Lídice da Mata, que propôs o requerimento para a criação da data, reforçou a importância de homenagear o gênero musical nascido na Bahia.
“O Axé é inspirado na música afro, no reggae, no samba-reggae e nos blocos afros baianos. O ritmo mudou o formato do Carnaval brasileiro e projetou grandes nomes, como a ministra Margareth Menezes e a cantora Daniela Mercury. Precisamos reconhecer nacionalmente essa riqueza cultural”, destacou.
O cantor, percussionista e compositor Carlinhos Brown, que participou da audiência por vídeo, também destacou a dimensão social do Axé Music. “O Axé Music surgiu como um movimento que trouxe um novo olhar para a produção musical brasileira, transformando o Carnaval e a cultura de Salvador e do Brasil”, disse.
João Jorge, presidente da Fundação Palmares, acrescentou que o ritmo, fala das desigualdades que marcam o Brasil. “O Axé Music fala das realidades e discordâncias do Brasil consigo mesmo. A cultura é o diferencial que ressignifica nosso país, projetando um futuro de liberdade, igualdade e respeito à diversidade.”
Para a cantora Daniela Mercury, considerada a ‘Rainha do Axé’, o ritmo é “uma força cultural” que ajuda a contar a história do povo baiano. “A cultura é um instrumento de combate à desigualdade e reforço da democracia. O Axé Music nasceu da força cultural do nosso povo, conectando música, resistência e inclusão.”
Também participando por vídeo, o cantor e compositor Luiz Caldas, relembrou os primeiros passos do gênero. “Em 1985, com a canção ‘Fricote’, nasceu o Axé Music. Foi o início de uma jornada que levou nossa música para o Brasil e o mundo, como no Festival de Montreux, em 1990. Esse movimento carrega uma mistura de ritmos e sentimentos únicos, que devem ser celebrados.”
Segundo Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Estado da Bahia, as homenagens são essenciais para preservar a história, impulsionar o presente e renovar o futuro. Para ele, é fundamental lembrar da história.
“A história é construída sobre as referências e os trabalhos daqueles que vieram antes. Esse movimento não é apenas um ritmo musical, mas uma expressão da identidade cultural baiana, que revolucionou o carnaval e projetou a Bahia para o mundo. Valorizar essa história é fortalecer nossa sociedade”, afirmou.
Dia da Compositora e do Compositor Brasileiro
Além do Axé Music, o debate também abordou a criação de um dia para os compositores no país. Lídice, na ocasião, salientou a importância do trabalho dos criadores musicais. “Os compositores são a base de nossa música, responsáveis por traduzir a alma do Brasil em melodias e letras que tocam o mundo. Essa data é uma homenagem a todos que dedicam suas vidas a essa arte.”
Próximos passos
Após a audiência pública, o próximo passo incluem análise e votação do parecer pela Comissão. Caso aprovados, os projetos seguirão para outras instâncias legislativas, podendo passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) antes de serem discutidos no Plenário da Câmara.
Em caso de consentimento, os projetos encaminhados ao Senado para continuidade da tramitação. Por fim, as propostas precisarão da sanção presidencial para que as datas comemorativas sejam oficializadas e incluídas no calendário nacional.
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