As paralisações e bloqueios de rodovias promovidos por caminhoneiros bolsonaristas perderam fôlego nesta quinta-feira (09/09). O Ministério da Infraestrutura informou que o número de estados afetados no auge dos protestos foi de no máximo 15.

Líderes do movimento dizem que as manifestações continuariam até a meia-noite desta quarta-feira. Trechos de importantes corredores logísticos, como da BR-116 e a BR-101 já vinham sendo liberados. A situação se normalizou em estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Goiás.

Em São Paulo, o governo do estado determinou que a Polícia Militar Rodoviária retirasse à força os bloqueios nas rodovias estaduais que não fossem desfeitos por meio de negociações,

Pauta bolsonarista

Os bloqueios foram promovidos por caminhoneiros que apoiaram as manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) no feriado do Sete de Setembro.

As manifestações são realizadas por grupos bolsonaristas ou ligados ao agronegócio e não tinham o apoio formal de entidades da categoria.

Eles se manifestam em apoio a Bolsonaro e contra o aumento dos preços dos combustíveis. Também há registros de ataques ao STF, seguindo a pauta dos protestos bolsonaristas do Sete de Setembro.

Além de ocuparem as estradas, um grupo de cerca de 100 caminhões também seguia estacionado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na quarta-feira, pressionando o bloqueio de policiais que dá acesso ao Supremo e ao Congresso.

Zé Trovão encontrado no México

Um dos líderes do movimento, o caminhoneiro Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão, está foragido no México. Ele é alvo de busca pela Polícia Federal, que já sabe do seu paradeiro no país norte-americano.

Em vídeos divulgados entre a quarta e a quinta-feira, Gomes demonstrou irritação com o pedido do presidente Jair Bolsonaro para que as estradas fossem liberadas.

Na quarta-feira, Bolsonaro gravou uma mensagem de áudio em que agradeceu o apoio dos caminhoneiros e os chamou de aliados, mas pediu que eles liberassem as rodovias

“Nós precisamos de uma resposta do senhor. Se é pra abrir o senhor faça um vídeo, fale data e hora, e nos peça que a gente vai atender o senhor”, disse o caminhoneiro em vídeo, contestando a veracidade do áudio divulgado por Bolsonaro.

Na semana passada, Gomes teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, como parte do inquérito que investiga atos antidemocráticos. Em vídeos divulgados nas redes sociais, ele defendia o fechamento do Congresso Nacional e do próprio STF, além de convocar uma greve geral da categoria no país.

Em vídeo divulgado nesta quinta-feira, Gomes dizia que estava prestes a ser preso e que sua vida foi destruída depois de organizar atos em defesa do governo.

“Em alguns momentos eu devo ser preso, eu não vou mais fugir. Chega, chega, eu estou cansado disso. Para quem não sabe, eu estou no México e a Embaixada brasileira acaba de entrar em contato com o hotel onde estou. Em alguns momentos, provavelmente, a polícia vem aqui me recolher”, afirmou.

Ele teria sido localizado no México pelo Itamaraty, com a ajuda da embaixada brasileira.

Fonte: Deutsche Welle (DW)