Por Folha de Pernambuco – Foto: Leopoldo Conrado Nunes/ Cepe

Tem novidade da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) nas bancas, a partir deste mês de dezembro. O jornal literário “Pernambuco” chega a uma nova fase e passa a ser agora uma revista. A publicação passa de 32 para 72 páginas, com mais conteúdo editorial e novo projeto gráfico. O preço e a periodicidade – mensal – continuam.

A edição de número “0” da “Pernambuco – Uma Revista de Literatura, do Livro e da Leitura” traz uma reportagem de capa dedicada aos 40 anos do auto de Natal “Baile do Menino Deus”. Segundo Mário Hélio Gomes, superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe, “não é experimental, é uma edição de teste, piloto, funciona para a gente avaliar o que pode ser alterado no nº 1.”

Novidades

Entre as novidades da nova revista Pernambuco, está um dossiê que dedica mais 30 páginas a um assunto relevante na edição. “O dossiê traz um conteúdo mais profundo, mais longo, e será mantido em todas as edições, com um assunto diferente a cada mês”, diz Mário Hélio.

O dossiê da edição de nº 0 analisa o poema “Uma Temporada no Inferno”, do francês Arthur Rimbaud (1854-1891), lançado há 150 anos e que marca o início da modernidade literária, diz o jornalista. “Destacamos a importância do poema para a mudança na linguagem da poesia moderna”, conta Mário Hélio. A edição de nº 1 já tem um dossiê em andamento: será sobre poesia oral, rap, hip hop.

A apresentação dos textos também foi repaginada. “Saímos do estilo de linguagem acadêmica para o texto literário, jornalístico, mais acessível, sem perder o rigor”, observa Mário Hélio.

O projeto gráfico, desenvolvido pelo diretor de Produção e Edição, Ricardo Melo, e pelo superintendente de Produção Gráfica, Luiz Arrais, conta com espaços mais abertos e fontes de letras maiores, com o objetivo de oferecer maior conforto visual à leitura. “Também estamos dando mais ênfase à ilustração, que ganha a mesma importância do texto na revista, e às histórias em quadrinhos”, diz ele.

A revista contará com os colunistas José Castelo e Ronaldo Correia de Brito.

Foco no Estado

Por sua importância cultural e literária, Pernambuco será o foco da revista. “Na prosa e na poesia, no presente e no passado, Pernambuco tem alguns dos autores mais relevantes do País, como João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Osman Lins, Hermilo Borba Filho, Gilberto Freyre. Vamos destacar nossa boa literatura e os estudos feitos dessa literatura.”

De acordo com ele, a revista adota os três pilares das políticas públicas vigentes no Brasil: a literatura, o livro (mercado editorial, que inclui as editoras e as livrarias) e a leitura (ensino e promoção). E inaugura um espaço aberto a colaborações de leitores (prosa, poesia, conto, crônica), sem distinção de idade, classe, gênero ou nível de escolaridade.

A revista Pernambuco é a terceira fase do periódico, criado em 1986 como Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado. A primeira fase, que corresponde ao suplemento encartado no DO, se estende até 2007, quando nasce o jornal literário. Passados 16 anos, o Pernambuco se transforma em “a” Pernambuco. A memória do suplemento e do jornal, digitalizada, ficará disponível aos interessados.