O presidente Jair Bolsonaro (PSL) subiu o tom de suas declarações em meio a  uma agenda populista que mistura jogos de futebol, passeios por locais públicos nos finais de semana e até mesmo uma simples ida ao barbeiro,  surpreendendo inclusive assessores próximos.

De acordo com assessores palacianos, Bolsonaro é bastante sensível a qualquer questão que atinja sua família e pouco escuta sua equipe sobre o tom que adotará nas declarações. Além do caso de Eduardo, irrita o presidente o andamento das investigações envolvendo seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Na sexta (26), ele chamou de “idiota” pergunta feita pela Folha sobre a carona dada a seus familiares em helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira) em maio, no casamento de Eduardo, no Rio de Janeiro e abandonou a entrevista.

Em março, o Palácio do Planalto até esboçou um plano para limitar os comentários do presidente, diante de declarações sobre a reforma previdenciária que causaram desconforto na equipe econômica. Na época, um ministro, em tom de desabafo, disse à Folha que, apesar dos esforços da equipe presidencial, não tem jeito: Bolsonaro é “incontrolável”.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, publicada nesta terça-feira (30), ele disse não estar preocupado com a sucessão presidencial de 2022, para a qual já sinalizou que tentará a reeleição, e voltou a criticar a cobertura da imprensa.

“Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022, não dava essas declarações”, disse. “O dia [em] que não apanho da imprensa, eu até estranho”, ressaltou.

Redação do NB/com informações da Folha e o Globo – foto: Agência Brasil