O ex-chefe da diplomacia britânica obteve 92.153 votos dos 159.000 votos dos membros do partido, contra 46.656 votos de Hunt. Desta forma, torna-se o líder dos conservadores e receberá as chaves de Downing Street na tarde de quarta-feira após uma visita à rainha Elizabeth II.
“Concluiremos o Brexit em 31 de outubro”, declarou Johnson momentos depois de vencer as eleições primárias do Partido Conservador, ganhando o direito de substituir a atual premiê Theresa May.
Pouco depois do anúncio, o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, expressou sua disposição de trabalhar para uma saída ordenada do Reino Unido.
“Estamos ansiosos para trabalhar construtivamente com o primeiro-ministro Boris Johnson quando ele tomar posse, e para facilitar a ratificação do Acordo de Retirada e alcançar um Brexit ordenado”, declarou Barnier.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou o seu colega “por se tornar o novo primeiro-ministro do Reino Unido. Ele será ótimo!”, tuitou.
Este resultado marca a chegada ao poder dos ‘brexiters’. Alguns deles jamais aceitaram que Theresa May, que se posicionou a favor da permanência do país na UE durante a campanha para o referendo de 23 de junho de 2016, tivesse sido escolhida para conduzir o divórcio.
Esta é uma vitória pessoal para o deputado conservador de 55 anos, cujas gafes, excessos e outras declarações intempestivas nos últimos trinta anos pareceram por vezes ameaçar os sonhos de grandeza que sempre cultivou.
O desafio à frente é enorme, sem equivalente para um líder britânico desde a Segunda Guerra Mundial: implementar o Brexit, sem exacerbar as profundas divisões sobre a questão, que se tornou o centro de gravidade da sociedade britânica.
Uma missão em que Theresa May falhou três vezes ao não conseguir que os deputados aceitassem o acordo de saída que ela concluiu em novembro com Bruxelas.