O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), confrontou o empresário e ex-funcionário da Anvisa José Ricardo Santana, que prestou depoimento à comissão nesta quinta-feira (26). O senador exibiu mensagens em que o sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, vazou informações sobre uma operação da Polícia Federal antes de ela ser deflagrada.

Na troca de mensagens, Santana conversa com Maximiano e Marcony Albernaz, lobista da Precisa, sobre a Operação Falso Negativo. A ação visava apurar irregularidades na Secretaria de Saúde do Distrito Federal e teve a Precisa como um dos alvos.

Ao ser informado sobre a operação, Marcony respondeu: “Já tinha visto. O Max [Maximiano] me avisou”.

“Quem informa o senhor Francisco Maximiano, às 5h16, sobre a operação? De onde onde vazou a informação da operação? Só quem sabe é a Polícia Federal ou do Ministério Público Federal”, disse Randolfe. “Que poder é esse que os senhores Maximiano e Marcony sabem da operação antes de ela acontecer?”, questionou.

Para o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), as revelações são “graves”. “É uma operação com sinais claros e cirúrgicos para atingir alguns e proteger outros. Está claro, seja a operação contra qualquer pessoa, com a Precisa no governo do Pará, com a Precisa no governo do Distrito Federal, mas quando chega em servidores do governo federal se permite que eles continuem no mesmo cargo com essas provas. Foi isso que aconteceu e isso é mais grave do que possa imaginar”, disse.

Maximiano tem relação com o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), que abriu para ele as portas do BNDES. O parlamentar participou, em 13 de outubro de 2020, de uma videoconferência com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, de quem é amigo, e com Maximiano, que representava formalmente outra das empresas dele, a Xis Internet Fibra.

Fonte: Brasil 247