Os crimes com motivação política bateram recorde na Alemanha em 2021, segundo dados divulgados nesta terça-feira (18/01) pelo Departamento Federal de Investigações da Alemanha (BKA). O número de crimes foi o maior registrado desde 2001, quando os dados começaram a ser compilados.

Os dados preliminares, que também mostraram um aumento de cerca de 6% em tais crimes em comparação com 2020, foram divulgados em resposta a um questionamento de um parlamentar do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), informou a agência de notícias dpa.

Ao todo, 47.303 ocorrências foram classificadas como crimes com motivação política em 2021, segundo o BKA. O número final pode ser ainda maior, pois a resposta foi dada a uma consulta feita em 5 de janeiro.

Ao mesmo tempo, os crimes violentos com motivação política caíram cerca de 6%, segundo os dados. Ainda assim, foram registrados 120 crimes violentos contra funcionários públicos e representantes eleitos em 2021.

Mais de 19.000 crimes foram atribuídos a suspeitos de extrema direita, enquanto cerca de 9.000 foram cometidos por pessoas consideradas de extrema esquerda.

Mais de 17.000 dos crimes não puderam ser atribuídos a grupos de extrema esquerda ou de extrema direita, ou a movimentos islâmicos e outras células radicais, pela polícia. Autoridades de segurança dizem que as tensões em meio à pandemia de coronavírus podem ter contribuído para o aumento.

Entre os crimes violentos com motivação política, a polícia contabilizou 1.047 casos em que os suspeitos não podiam ser classificados como membros ou seguidores de um espectro político ou ideologia religiosa específica. Em 2020, foram 591 crimes violentos de motivação política que tiveram atribuição incerta.

No ano passado, em resposta ao aumento da disseminação de teorias da conspiração e ideologias antissemitas em meio à pandemia, o Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV) – o serviço de inteligência interno do país – começou a investigar com mais sistematicamente grupos ou correntes que buscam promover uma “deslegitimação geral do Estado”.

Fonte: Deutsche Welle (DW)