Brasil de Fato – Cuba e México assinaram novos acordos para aumentar o comércio bilateral, assim como a cooperação em matéria de saúde e cultura. Nesta segunda-feira (9), os dois chefes de Estado divulgaram uma declaração conjunta, que prevê a contratação de 500 médicos cubanos para atender as zonas mais vulneráveis do México, o envio de profissionais mexicanos para especializações na ilha caribenha e a importação de vacinas contra a covid-19 para aplicar em crianças e adolescentes.

“Devemos olhar para o sul e não dar as costas para os países da nossa América”, disse o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, em Havana. As relações bilaterais entre Cuba e México datam de 1902.

Cuba foi o primeiro país da América Latina a desenvolver um imunizante contra a infecção gerada pelo vírus sars-cov2, chegando a cinco fórmulas diferentes, duas delas – Soberana 02 e Abdala – utilizadas nas campanhas de vacinação nacional. “Vamos aproveitar as potencialidades sanitárias científicas, realizar esforços conjuntos que permitam desenvolver este campo em benefício dos nossos povos”, declarou o presidente cubano.

No Palácio da Revolução, Díaz-Canel entregou a ordem José Marti a AMLO, a máxima honraria do governo cubano. “As relações entre Cuba e México são históricas e inseparáveis”.

O mandatário mexicano voltou a criticar os Estados Unidos pela aplicação do bloqueio contra Cuba e pela possibilidade de excluir as autoridades cubanas da próxima Cúpula das Américas, que será realizada em junho, em Los Angeles, nos EUA.

“É tempo de expressar e explorar outra opção: de dialogar com os governantes estadunidenses e convencê-los de que uma nova relação entre os países da América é possível”, defendeu AMLO.

Em 2019, a balança comercial Cuba-México foi de US$ 277,2 milhões favorável aos mexicanos, exportando produtos alimentícios, alumínio e outros manufaturas para a ilha, enquanto as importações são majoritariamente de ferro, aço e rum cubano.

O México possui a terceira maior comunidade cubana no exterior com pouco mais de 18 mil migrantes cubanos, segundo a Organização Mundial de Imigrações (OIM).

A visita à Cuba encerra uma viagem do presidente mexicano por países centro-americanos e caribenhos, que incluiu a Guatemala, El Salvador, Honduras e Belize.